Morreu no início da tarde desta sexta-feira (22) Raquel Antunes, de 11 anos, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro. A menina estava internada em estado gravíssimo desde quarta-feira (20), após ser esmagada por um carro alegórico no fim do desfile da escola de samba Em Cima da Hora, na Marquês de Sapucaí.
Raquel teve hemorragia interna. Na quinta-feira (21), a menina teve uma das pernas amputadas por causa de graves lesões sofridas no acidente e passou por uma cirurgia complexa que durou mais de seis horas. Ela também teve traumatismo no tórax e respirava por aparelhos.
A mãe de Raquel, Marcela Portelinha, que está grávida de três meses, desmaiou ao chegar ao hospital e saber da morte da filha. A mãe havia se queixado de não ter sido procurada por nenhum representante da escola de samba até o dia seguinte ao acidente.
Segundo familiares, Raquel, o irmão e a mãe estavam em uma lanchonete na rua onde ocorre a dispersão dos desfiles da Sapucaí, no Estácio. A menina teria deixado o local sem que a mãe percebesse e teria subido em um dos carros alegóricos, que ainda estava parado e aguardava para ser retirado do entorno, após o desfile da escola.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), comentou a tragédia: "A morte da pequena Raquel nos deixa um grande sentimento de tristeza. Vamos acompanhar de perto a investigação policial que apura as responsabilidades e estamos, através de nossa secretaria de Assistência, dando apoio aos familiares. Minha solidariedade neste momento de dor".
Na quinta-feira (21), a Justiça do Rio acolheu um pedido do Ministério Público estadual e determinou que os carros alegóricos de todos os desfiles na Sapucaí - grupo de acesso, ao qual a Em Cima da Hora faz parte, especial e mirim - deverão ter escolta até os seus barracões, evitando-se o acesso de crianças e adolescentes aos veículos.
O MP-RJ afirma que houve violações de normas de segurança no dia do acidente e que providências preventivas haviam sido determinadas pela Justiça da Infância e da Juventude com antecedência. O caso está sendo investigado.
Edição: Eduardo Miranda