Na luta há quase 30 anos contra a fome e pelo direito à segurança alimentar, a Ação da Cidadania lançou na última quinta-feira (14) a plataforma online Comida Sem Veneno para informar a população sobre como devem votar os senadores em relação às propostas do PL 6299/2022, que ficou conhecido como "Pacote do Veneno".
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O Projeto de Lei aguarda votação no Senado e a plataforma lançada pela organização não governamental reivindica respostas daqueles que são a favor ou ainda não se posicionaram diante do poder nocivo dos agrotóxicos. O site também tem informações sobre a petição pela aprovação da Política Nacional de Agrotóxicos.
Segundo o diretor-executivo da Ação da Cidadania, Rodrigo "Kiko" Afonso, a plataforma ajudará a população a acompanhar como se posicionam representantes de seus direitos e também é um canal para cobrá-los e evitar que o Brasil não passe por um retrocesso histórico que atenderia apenas interesses econômicos do agronegócio.
"Alimentos orgânicos e agroecológicos devem ser acessíveis a todos, tanto na oferta quanto no preço. Não podemos deixar que o pequeno agricultor seja intimidado pela grande indústria", reforça Rodrigo “Kiko” Afonso.
Antes da aprovação do PL, especialistas e organizações da sociedade civil já alertavam sobre o impacto que esses venenos vão provocar na saúde de quem trabalha no campo e de quem consome o que é produzido. O projeto substitui o atual marco legal (Lei 7.802), flexibiliza o uso de pesticidas, a aplicação de substâncias cancerígenas e a autorização de registros sem a concordância dos órgãos fiscalizadores.
Segundo o estudo "Neste pacote tem veneno", do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), 59% dos produtos ultraprocessados mais consumidos no país têm resíduos de agrotóxicos. Entre eles, biscoitos, bisnaguinhas e bebidas lácteas. Na maioria dos produtos, foram encontradas substâncias que têm potencial cancerígeno e que são relacionados à má formação embrionária e a problemas no sistema nervoso central em ratos.
“A fome está na porta de dezenas de milhões de brasileiros, mas o governo segue batendo recordes de produção e exportação, sem considerar o adoecimento da população, que ainda se recupera dos efeitos da pandemia. No país da biodiversidade, a Ação da Cidadania reforça a importância de uma alimentação segura, nutritiva e suficiente. Comer é um direito", completa o diretor-executivo da Ação da Cidadania.
Edição: Eduardo Miranda