no rádio

Bem Viver repercute as ações do Abril Vermelho e relembra o massacre de Eldorado dos Carajás

Assassinato de 21 sem terra se transformou na maior mobilização de luta pela terra do país

Ouça o áudio:

Ações como o acampamento da juventude na Curva do S, local do massacre, são realizadas no mês de abril - Comunicação MST

Em 17 de abril de 1996, mais de dois mil militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) do Pará faziam uma marcha pacífica, do sudeste do estado à capital, Belém. O objetivo era reivindicar a reforma agrária ao, então governador, Almir Gabriel. 

A marcha dos sem-terra seria longa, eram 900 quilômetros até Belém. mas, muito antes do destino final, a caminhada foi interrompida em um episódio que marcou para sempre a história do país. “Eles agiram para dar uma lição nos camponeses, que o estado não ia permitir que camponesas e camponeses se erguessem na luta por direitos”, relata Pablo Carvalho Neri, da direção estadual do MST no Pará, em entrevista para o repórter Pedro Stropasolas. 

Cerca de 155 polícias militares chegaram onde os sem terra estavam, a famosa Curva do S, e dispararam sem pena, causando a morte de 21 pessoas. Foi este acontecimento que despertou o Abril Vermelho, mês de luta de camponeses e camponesas. E ano após ano, o MST realiza uma série de ações tentando ressignificar o massacre em um impulso para seguir na luta pela terra. 

“A indignação que tomou conta do nosso povo impulsionou processos de lutas em nome dos massacrados de Eldorado dos Carajás e construiu um dos períodos de maior efervescência de luta pela terra, instituiu abril como esse mês vermelho, então a gente passa a ter a referência do abril como mês de fortalecimento dos sem terras em torno da desapriopriação”, pontua Carvalho.

Covid-19 nas crianças

Nesta semana, a Fiocruz alertou para o crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) em crianças. Esse aumento vem sendo registrado há alguns meses.

Durante a pandemia, o acompanhamento desses dados foi fundamental para entender como estava a disseminação de covid. Isso porque a Síndrome Respiratória é uma complicação associada, muitas vezes, ao agravamento de alguma infecção viral.

Mas, desta vez, a própria Fiocruz já alertou que não é a situação é diferente. Esse crescimento não diz respeito, apenas, a covid. A reportagem de Cristiane Ribeiro, da Radiagência Nacional, mostra os outros motivos que tem atingido principalmente as crianças de 0 a 4 anos. 

Bem Viver no Campo

O programa Bem Viver se desloca para o cerrado, segundo maior bioma brasileiro. Mesmo não tendo tanto espaço no noticiário como a Amazônia, por exemplo, os crimes ambientais lá são tão assustadores quanto.

Ao mesmo tempo que o bioma vai sendo tomado pelo avanço do agronegócio, pequenas famílias produtoras veem seu plantio ser prejudicado pelas alterações no clima ou pela diminuição de animais selvagens ao redor, que fogem por conta do desmatamento.

“O maior desafio é conseguir continuar colhendo esses frutos por causa do desmatamento desgovernado. Essa preocupação que daqui mais um tempo a gente não consiga trabalhar com frutos do Cerrado”. E completa dizendo que atualmente a região é cercada por produções agrícolas que ameaçam a biodiversidade local. “Nessa região tem muitos plantadores de soja, milho, sorgo e a cada ano que passa eles vão invadindo as áreas verdes, reservas, APPs e nascentes”, diz Maria Luzinete Alves Santos, mais conhecida como Natinha, é agricultora há mais de 20 anos, e moradora do Assentamento Oziel Alves III, Núcleo Rural Pipiripau, em Planaltina, Distrito Federal.

Nossa repórter Anelize Moreira conversou com famílias que passam por essa situação. mas é impressionante que, mesmo em meio a um cenário cada vez mais crítico, elas não desistem de plantar e, de alguma maneira, conseguem até aumentar a produção. Vamos conhecer um pouco dessas histórias no quadro Momento Agroecológico. 


Confira como ouvir e acompanhar o Programa Bem Viver / Brasil de Fato

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O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo.

Em diferentes horários, de segunda a sexta-feira, o programa é transmitido na Rádio Super de Sorocaba (SP); Rádio Palermo (SP); Rádio Cantareira (SP); Rádio Interativa, de Senador Alexandre Costa (MA); Rádio Comunitária Malhada do Jatobá, de São João do Piauí (PI); Rádio Terra Livre (MST), de Abelardo Luz (SC); Rádio Timbira, de São Luís (MA); Rádio Terra Livre de Hulha Negra (RN), Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), Rádio Onda FM, de Novo Cruzeiro (MG), Rádio Pife, de Brasília (DF), Rádio Cidade, de João Pessoa (PB), Rádio Palermo (SP), Rádio Torres Cidade (RS) e Rádio Cantareira (SP).

A programação também fica disponível na Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.

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Edição: Camila Salmazio