Entidades como a Assembleia Internacional dos Povos (AIP), Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras, assinaram um documento público conjunto que pede liberdade para o ativista Julian Assange.
O texto, encaminhado às autoridades diplomáticas e consulares do Reino Unido e dos Estados Unidos e às autoridades legais e políticas responsáveis pelo julgamento de Assange, destaca que o fundador do Wikileaks está preso por expor ao mundo civis mortos por "bombas e drones do império norte-americano" no Afeganistão e Iraque. O texto também pede que ele não seja extraditado para os Estados Unidos, onde pode ser condenado a até 175 anos de prisão.
A detenção de Assange na prisão de segurança máxima de Belmarsh, nos arredores de Londres, completou três anos no dia 11 de abril. Antes disso, ele ficou de 2012 até 2019 na Embaixada do Equador em Londres até ter seu asilo revogado pelo então presidente equatoriano Lenín Moreno.
Os Estados Unidos pedem a extradição desde o governo de Donald Trump, em um processo que continua com o atual presidente Joe Biden. O jornalista sofreu derrotas no judiciário britânico e, de acordo com o WikiLeaks, no dia 20 de abril terá sua extradição autorizada pelo sistema de justiça. A decisão sobre enviar Assange aos Estados Unidos, onde enfrenta acusações que podem significar a prisão perpétua, caberá, então, à Secretária do Interior do governo britânico, Priti Patel.
"Se não fosse Assange e o WikiLeaks, não teríamos ideia de quantos civis afegãos, iraquianos e iemenitas foram mortos pelas bombas e drones do império norte-americano, que pensavam que ao matá-los em terras distantes teriam total impunidade. Enquanto estes crimes contra a humanidade ficam impunes, Julian Assange sofre uma terrível punição por ousar expô-los ao mundo. O processo judicial contra ele é um exemplo do uso político de instituições estatais contra o interesse geral", diz a carta.
O texto ainda destaca que o objetivo da extradição é "impedir por intermédio do terror a publicação de qualquer informação que o governo norte-americano queira manter escondida, independentemente da nacionalidade do autor, local de publicação ou interesse público envolvido na questão".
Edição: Felipe Mendes