O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), cortou a remuneração de três policiais que fazem a escolta do deputado federal Marcelo Freixo (PSB). A informação foi dada pelo colunista Bernardo Mello Franco, no jornal O Globo do último domingo (10).
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Por ter sido presidente da CPI das Milícias na época em que era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Freixo passou a sofrer ameaças de morte. Por conta das ameaças e por exercer mandato parlamentar, ele tem direito a segurança 24 horas.
Com a transferência feita pelo governo do Rio, os agentes perderam gratificação salarial de R$ 1.500. No fim de 2021, Castro já havia ameaçado retirar parte da escolta que faz a proteção de Freixo.
Castro e Freixo são pré-candidatos e vão se enfrentar nas eleições de outubro para a sucessão no Palácio Guanabara. Segundo o colunista, "Castro é apoiado por alvos notórios" das investigações que ocorreram no âmbito da CPI contra milicianos que Freixo presidiu.
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Freixo não comentou a decisão. O vereador do Rio Tarcísio Motta (Psol) classificou a decisão do governo do estado como "inadmissível" e lembrou do contexto de crescimento de grupos milicianos no estado e no Brasil.
"Em um cenário de crescente violência política e espraiamento territorial das milícias, é absurda a fragilização de sua proteção", comentou o vereador nas redes sociais.
A Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as milícias que atuam no estado e sua relação com políticos fluminenses foi criada em 2008. Como resultado, mais de 200 pessoas foram indiciadas, entre elas deputados, que acabaram indo para a cadeia.
Edição: Eduardo Miranda