A greve dos garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro, a Comlurb, chegou ao seu 10º dia nesta quarta-feira (6) ainda sem perspectiva de negociação com a Prefeitura do Rio sobre o reajuste salarial de 25% como correção pela inflação dos últimos três anos e de direitos reivindicados.
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Nesta manhã, os trabalhadores da limpeza urbana realizaram um ato em frente à sede da Comlurb e caminharam até a sede administrativa da Prefeitura do Rio, no centro da capital fluminense.
Membro da comissão eleita pelo trabalhadores e designada pelo Tribunal Regional do Trabalho para compor a mesa de negociação com a Comlurb e a Prefeitura, Roberta Martins, gari há 16 anos, disse que a postura do prefeito Eduardo Paes (PSD) tem sido de intransigência diante da reivindicação por direitos.
"Aguardamos um diálogo com o presidente da Comlurb, Flávio Lopes. A assembleia dos trabalhadores aprovou a reivindicação de 25% de reajuste salarial, mas, devido à intransigência do prefeito Eduardo Paes, indicamos um novo índice em uma contraproposta de 15% para o salário e para o tíquete", disse a representante.
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Na chegada à Prefeitura, os garis encontraram trabalhadores da saúde e da educação públicas da rede municipal que também pedem reajustes salariais, além de outros direitos, para as respectivas categorias.
"Posição covarde"
No Plenário da Câmara Municipal, o vereador Lindbergh Farias (PT) disse que Eduardo Paes tem uma "posição covarde" por "achar que os trabalhadores não têm o direito de lutar pelos seus salários", mas que "quando olha para o andar de cima e para os empresários, é só simpatia".
"Essa greve começou porque a Prefeitura apresentou um plano de reajuste salarial de 2,35%. São três anos sem recomposição da inflação e as perdas são de 25%. Um gari ganha, em média, R$ 1.465 e 25% retirado nesses três anos significa mais ou menos R$ 380 reais. O botijão de gás aumentou, o preço da carne aumentou, essas pessoas estão endividadas", afirmou o vereador.
Edição: Eduardo Miranda