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China rejeita sanções contra Rússia e diz que medida não funciona: "Somos contra"

Chancelaria chinesa defende seus laços com Moscou e diz que sanções prejudicam a ordem econômica

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Ursula von der Leyen, presidenta da Comissão Europeia, fala após cúpula com Xi Jinping - Twitter Ursula von der Leyen

Após a cúpula entre China e a União Europeia, Pequim garantiu que suas relações com o bloco devem ser pautadas no diálogo e na cooperação, e voltou a defender a independência de seus laços com a Rússia, apesar das constantes pressões externas.

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"Não estamos fazendo nada deliberadamente para contornar as sanções impostas à Rússia pelos lados estadunidense e europeu. Vocês conhecem nossa posição sobre a questão das sanções. Somos contra as sanções e acreditamos que o efeito delas corre o risco de se espalhar pelo resto do mundo, levando a guerras cambiais, comerciais e financeiras, além de poder comprometer a cadeia de suprimentos, a cadeia industrial, a globalização e até mesmo a ordem econômica estabelecida desde a Segunda Guerra Mundial. A China não faz parte da crise ucraniana. Não acreditamos que nosso comércio normal com qualquer outro país deva ser afetado por ela", afirmou Wang lutong, diretor-geral do departamento da Europa do Ministério das Relações Exteriores da China.

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O comentário ocorre após o presidente da China, Xi Jinping, realizar reunião virtual com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na sexta-feira (1). Em comunicado após o encontro, a chancelaria chinesa disse que Xi classificou como "lamentável" a atual situação da Ucrânia durante a conversa e defendeu negociações para alcançar a paz.

"Uma solução fundamental é acomodar as preocupações legítimas de segurança de todas as partes relevantes. Nos dias de hoje, as estruturas de segurança globais e regionais não devem mais ser construídas com a mentalidade da Guerra Fria", disse o Ministério de Relações Exteriores da China.

A presidenta da Comissão Europeia, por sua vez, afirmou que a China deveria "pelo menos não interferir em nossas sanções" contra Moscou.

Edição: Arturo Hartmann