Uma reportagem do programa de TV Fantástico, da Globo, exibida na último domingo (27), mostrou acusações de assédio moral e sexual de cinco pessoas contra o vereador do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro (sem partido).
Entre as vítimas, o Fantástico ouviu uma mulher que teve relações sexuais com o vereador. Segundo ela, que não foi identificada, o início da relação foi consentida, mas o ato evoluiu para estupro, porque ela diz que ele não parou quando ela pediu.
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"Teve um momento que ele usou força. Me segurou e foi com tudo. Me deixou sem saída. Eu pedindo para ele parar, ele não respeitou o momento em que eu pedi para ele parar." Ela relatou que o vereador riu, disse que era uma brincadeira e pediu para que ela não ficasse chateada.
Além dela, a reportagem também ouviu servidores que são ou foram lotados no gabinete de Monteiro na Câmara e todos relataram situações de assédio sexual e moral. "Carinho em todas as regiões do corpo. Já chegou a pedir também (na região genital, ao ser questionado pelo repórter)", contou Heitor Monteiro, ex-assessor e produtor.
"Começava a fazer alguns atos eu pedia para ele parar e não parava, de mandar eu fazer carinho nele", disse Mateus Souza, ex-assessor e editor.
Luiza Batista, ex-assistente de produção, disse que precisou procurar ajuda psiquiátrica após sete meses de trabalho para o vereador. Além de assédio sexual, ela relatou que o ambiente de trabalho tinha "pressão psicológica, xingamentos e humilhação".
Procurado pelo Fantástico, o vereador negou as denúncias. "Eu não cometi estupro contra ninguém. É mais uma tentativa de acabar com Gabriel Monteiro." Sobre as agressões e xingamentos, ele diz que tem relações "praticamente" familiares com os funcionários.
Em nota enviada à TV Globo, o Conselho de Ética da Câmara do Rio informou que "tomou conhecimento dos fatos pela reportagem e aguarda ter acesso ao material para se reunir e analisar o conteúdo das imagens para decidir que providências serão tomadas".
Quem é?
O ex-PM Gabriel Monteiro tem 27 anos e foi o terceiro vereador mais votado do Rio de Janeiro em 2020. Então no PSD, recebeu 60.326 votos. Influenciador digital, tem 23 milhões de seguidores nas redes sociais.
No ano da campanha para a Câmara Municipal do Rio, Gabriel sofreu um processo de deserção na PM por faltar ao trabalho. Ele conseguiu reverter a decisão na Justiça, sob a alegação de que era uma licença médica.
Ao ser eleito, deixou a PM de vez, porque não tinha tempo de carreira suficiente para uma licença de quatro anos.
Depois de eleito, em 2020, o vereador invadiu hospitais da capital com grupos de pessoas vestidas de preto e outras com roupas camufladas portando câmeras e gravando de forma indevida e sem autorização funcionários do hospital no exercício de suas funções. A intenção do parlamentar era comprovar que a “covid era uma farsa” e também “fiscalizar os servidores” públicos.
Edição: Mariana Pitasse