Os garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) iniciaram uma greve na manhã desta segunda-feira (28) após não terem atendidas pela Prefeitura do Rio de Janeiro algumas reivindicações trabalhistas, como reajuste salarial e plano de saúde.
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Na última quarta-feira (23), uma assembleia dos funcionários com o Sindicato dos empregados das empresas de asseio e conservação do município do Rio (Siemaco-Rio) decidiu em favor da greve. Segundo o Siemaco-Rio, a companhia não se sensibilizou com as propostas dos trabalhadores:
"A direção da Comlurb demonstrou total descaso com o sofrimento da nossa categoria, que está há 3 anos sem reajuste salarial. O único 'avanço' que apresentou na Audiência de Conciliação realizada hoje [nesta segunda-feira] na Justiça do Trabalho foi aumentar de 4% para 5% a proposta de reajuste. Mais nada", afirma o sindicato em nota.
No fim de semana, a direção da Comlurb informou que não estava de acordo com os trabalhadores porque o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região considerou a greve ilegal. Nas redes, funcionários lembraram de outras greves onde a manifestação foi considerada ilegal e mesmo assim
"Em 2014, foi ilegal e ganhamos. Em 2015, foi ilegal e ganhamos. Em 2022, não importa ser ilegal, pois ganharemos", disse Célio Viana, liderança entre os trabalhadores da Comlurb, acrescentando que "a assembleia da categoria é soberana, somente ela pode iniciar e terminar a greve".
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O sindicato reivindica para os trabalhadores reposição salarial de 20% pelas perdas em relação à inflação e um plano de saúde "que atenda a categoria com dignidade".
Nas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes (PSD) disse que "lobistas" do plano de saúde Assim estão infiltrados no movimento e manipulando funcionários da Comlurb para que a empresa volte a prestar o serviço de assistência médica aos servidores municipais.
"Não é que os Lobistas da Assim Saúde infiltrados no município, estão 'assim' de novo e manipulando funcionários da Comlurb... 'Assim' essa manipulação acaba prejudicando gente que nem sabe que está sendo usada 'assim'! R$ 1,5 milhão por mês é o que eles pagavam. Vai vendo!".
No final de 2020, a investigação sobre o "QG da Propina" do governo do prefeito Marcelo Crivella (PRB) descobriu que a Assim pagou R$ 210 milhões em troca de contrato com a Prefeitura do Rio e que suposto operador de esquema ao lado de Crivella recebia R$ 1,5 milhão ao mês.
Edição: Eduardo Miranda