CONFLITO

No agreste de Pernambuco, MST ocupa Secretaria de Educação por acesso a escolas

Cerca de 50 famílias ocuparam o órgão na cidade de São Joaquim do Monte, denunciando a interrupção do transporte escolar

Brasil de Fato | Recife (PE) |
As famílias ocupam terras há 23 anos e voltaram a receber ameaças de despejo nas últimas semanas - MST PE

Nesta sexta-feira (25), cerca de 50 famílias Sem Terra acampadas há 23 anos na Fazenda Jaboticaba ocuparam a Secretaria de Educação e Cultura do município de São Joaquim do Monte, no agreste pernambucano, para que as autoridades locais retomem com urgência o transporte escolar interrompido na região.

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De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as famílias denunciam que estão novamente sofrendo ameaças de despejo por parte da família Guedes, que seriam os herdeiros da fazenda, já classificada como improdutiva. Dessa vez, como pressão para que ocorra a desocupação forçada, foi impedido o acesso de crianças e adolescentes às escolas.

Após a ocupação, a Secretaria de Educação e Cultura de São Joaquim do Monte marcou uma reunião com a direção do acampamento para a manhã desta segunda-feira (28). Atualmente, é José Almir Melo quem comanda a pasta na administração do prefeito Eduardo José de Oliveira Lins (PSDB).

Em diálogo com os gestores da pasta, o movimento diz que as famílias têm a expectativa de que seja retomado o transporte escolar das crianças, interrompido sem nenhuma justificativa legal.

Histórico de conflitos fundiários

Desde 1999, quando as famílias ocuparam o lote improdutivo, a Fazenda Jaboticaba é cenário de diversos conflitos fundiários que, inclusive, já chegaram à resultar em mortes. Infelizmente, mesmo após duas décadas, os mesmos problemas permanecem na região, com dezenas de lideranças e famílias do MST ameaçadas e exiladas do local sob proteção.

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Em nota, o MST  explica que o acampamento está consolidado e que "já existe um decreto de desapropriação pelo Governo do Estado para que as famílias tenham direito de permanecer na terra. Vamos resistir para garantir o direito de Sem-Terrinhas e adolescentes estudarem, e principalmente para garantir o direito legítimo e constitucional de ocupar a terra que não cumpre sua função social para a produção de alimentos saudáveis " afirmam.

O movimento faz um apelo para que "as autoridades do Estado de Pernambuco tomem as providências cabíveis para evitar um conflito ainda maior na região", conclui.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga