Rio de Janeiro

Coluna

Um programa popular para acabar com a fome e com “as fomes”

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A população do Rio de Janeiro tem fome de alimentos e também de democracia plena - Bruno Torturra / Divulgação
Brasileiros também têm fome de democracia, de igualdade, de saúde, de segurança, de educação

"Somos mulheres, 

Somos guerreiras. 

Não naufragaremos, 

Seremos um mar de bandeiras!"

Você tem fome de quê? Temos afirmado na construção de um programa popular para uma pré-candidatura parlamentar que nossa missão é de acabar com a fome, mas também com “as fomes” que afligem o povo do Rio de Janeiro.

Plantar, colher e repartir é nosso principal eixo de atuação, porém as brasileiras e os brasileiros também têm fome de democracia, de soberania nacional, a fome de igualdade entre homens e mulheres, entre brancos e pretos, fome de saúde, de segurança, de educação, de liberdade e muitas outras.

O legado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ao disputar os rumos da sociedade, na política das ruas ou dos governos, transparece no nosso jeito de lidar com a terra e dela produzir o alimento saudável que chega às mesas das famílias também da cidade. Com nossas lutas já construímos, conquistamos e consolidamos políticas públicas voltadas para a reforma agrária, para o fortalecimento da agricultura camponesa e para a transição a uma cultura de vida agroecológica, em harmonia com a Natureza.

E vamos conquistar muito mais!

Nosso esperançar para 2022 é que todas e todos tenham aquele encontro básico com a produção camponesa: café da manhã, almoço e jantar; e que tenham mais, tenham soberania alimentar.

Porém nosso “mar de bandeiras” vai além: há outras fomes que também assolam o povo brasileiro nesta quadra da história. A população do Rio de Janeiro tem fome de democracia plena, ter atendido o conjunto de seus direitos, entre eles, acesso à saúde, segurança pública, educação pública de qualidade, mobilidade urbana, moradia, cultura. É isso que está escrito na Constituição de 88.

Do povo emana o poder ao Estado brasileiro para que sejam garantidas os direitos básicos. É essa Democracia que ainda precisamos consolidar!

No Brasil e em nosso estado, a plenitude da Democracia também passa pela conquista da soberania nacional, pondo fim às ameaças fascistas que têm sede no Condomínio Vivendas da Barra da Tijuca. É no berço carioca do bolsonarismo que vamos enterrar sua ameaça à nossa democracia.

Precisamos de políticas públicas que garantam o direito de existir de populações hoje violentadas pela intolerância (religiosa, sexual, racial e de gênero) e pelo domínio das milícias.

Essas fomes devem ser superadas. E, ao entrar na disputa institucional, nossa ocupação mata ainda a fome de participação popular. Ao participar da política, as mulheres propõem e decidem um novo mundo, as mulheres camponesas carregamos um outro projeto de sociedade. As lutas das mulheres e o nosso feminismo camponês e popular aponta para mais mulheres na política e mais políticas para mulheres. 

Por isso, não naufragaremos! Seguiremos inundando o parlamento, os governos, o Estado com nosso mar de bandeiras! E você, tem fome de quê?

Edição: Mariana Pitasse