Mesmo após seis anos da emissão da Licença de Operação da hidrelétrica de Belo Monte, o fornecimento de água na cidade de Altamira, no Pará, ainda é uma questão precarizada. Os Reassentamentos Urbanos Coletivos (RUCs) - bairros planejados e construídos pela concessionária Norte Energia para realocar os atingidos da área que foi alagada para a formação do reservatório da usina - têm sofrido com a falta de ligações de esgoto e saneamento básico.
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O panorama é exposto em uma nota técnica elaborada pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Na nota, aponta-se que há um impasse entre a concessionária Norte Energia e a prefeitura municipal.
A empresa alega já ter cumprido com todas as sua obrigações na implantação do sistema de saneamento básico de Altamira. A prefeitura, no entanto, afirma que o abastecimento de água possui “problemas estruturais” que impedem seu recebimento.
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O Projeto Básico Ambiental (PBA) da hidrelétrica trazia como meta universalizar o abastecimento de água e o tratamento de esgoto para toda a área urbana de Altamira. Hoje são cerca de 370 famílias sem acesso ao tratamento de água. Elas reivindicam, através de nota, um esclarecimento sobre a situação e a inclusão da população nos debates entre a empresa e a prefeitura.
Edição: José Eduardo Bernardes