Rio de Janeiro

QUEM MANDOU MATAR?

MP-RJ investiga novas pistas que podem levar a mandantes das mortes de Marielle e Anderson

Em entrevista a jornal, promotor disse que novo equipamento permite recuperar dados apagados do celular de assassinos

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Marielle Franco foi assassinada em março de 2018, no Rio de Janeiro (RJ). junto com o motorista Anderson Gomes - Mídia Ninja

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) está analisando novas imagens recebidas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) e de câmeras de residências e de estabelecimentos no trajeto do carro dos assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O percurso vai da Barra da Tijuca, na zona oeste, até o Estácio, na região central da cidade, onde houve a emboscada.

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A informação foi dada pelo promotor Bruno Gangoni, que comanda a equipe de oito promotores dedicados ao caso ocorrido no dia 14 de março de 2018. Nesta terça-feira (15), em entrevista ao jornal "O Globo", Gangoni disse que Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados pelas mortes, tomaram todos os cuidados para não deixar rastros e isso torna mais difícil a elucidação sobre o mandante do crime.

O promotor afirmou que, apesar dos quatro anos de tempo de investigação e das cobranças feitas por familiares das vítimas, amigos e organizações nacionais e internacionais, foi pela investigação do caso Marielle que se pode chegar ao "Escritório do Crime", grupo de milicianos liderados pelo ex-policial militar Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro de 2020 e que possuía ligações com o senador Flávio Bolsonaro (PL).

Outra linha que vem sendo seguida pelo MP-RJ está relacionada à compra de um equipamento que permite quebrar as senhas e desbloquear telefones. Gangoni afirmou que dados apagados do celular de Ronnie Lessa poderão ser recuperados. Dados fornecidos pela empresa Google, que relutou em ajudar, estão sendo analisados pelo MP.

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Os promotores ainda aguardam a colaboração do Facebook, que também resiste a fornecer informações pessoais sobre usuários que visitaram o perfil de Marielle a partir da postagem que ela fez sobre o evento na Casa das Pretas, na Lapa, região central da capital fluminense, horas antes de ser executada a poucos quilômetros dali.

Gangoni admitiu que não pode dar certezas sobre a conclusão do caso e a descoberta dos mandantes, mas que o MP-RJ nunca teve tantos promotores exclusivamente trabalhando para um caso.

"Temos todos os órgãos técnicos, o pessoal da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), que analisa as imagens. Prometo trabalho, suor e dedicação. Tenho esperança. Acho que a gente pode procurar. Há muito material ainda para se analisar. E acho que, possivelmente, iremos encontrar algo", afirmou o promotor.

Edição: Eduardo Miranda