Depois de 9 dias da ofensiva contra à Ucrânia, que partiu de várias frentes na última semana, muitos especialistas esperavam uma dissolução rápida do conflito, com a vitória de Vladimir Putin, observando a assimetria militar entre os dois países.
E apesar de os russos terem avançado e conquistado pedaços do território ucraniano, e o conflito tem se estendido em áreas estratégicas, como a capital, Kiev, que foi tomada na última quarta-feira, e a cidade Kherson, ao sul da Ucrânia, o presidente do país Volodimir Zelenski, tem recebido ajuda de potências ocidentais e convocado civis para atuar na resistência aos invasores.
Em participação a coluna Pleno Poderes, o jornalista Rodrigo Viana avalia os movimentos russos e destaca o momento em que comboio militar, de cerca de 60 quilômetros de extensão, chega até a capital de Kiev e não adentra de fato na cidade.
"A impressão que dá é que o Putin está cercando as grandes cidades, além de bombardear, é claro. [...] Mas me parece que a estratégia central do Putin, a estratégia da Rússia e o objetivo não é dominar e ocupar totalmente a Ucrânia, porque isso não é necessário para os objetivos do Putin. O que interessa mais a ele, não é dominar e ocupar, mas sim desossar, tirar o peso, a importância e o papel que a Ucrânia pode ter de ataque ao território Russo", analisa Viana.
Ainda segundo o jornalista, a operação russa é uma tentativa de unificar a Criméia às cidades de Donetsk e Lugansk, no leste, conquistando uma série de cidades do Mar Negro e no Mar Diasov, e com isso construindo uma grande faixa contínua de terra no Sul da Ucrânia com o objetivo de "travar a saída da Ucrânia para o Mar, e fazer com que o país perca o peso geopolítico".
Bolsonaro e Boris Johnson pedem cessar-fogo na Ucrânia
O presidente Jair Bolsonaro conversou por telefone com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Segundo o material divulgado pelo governo britânico, eles concordaram em pedir um cessar-fogo urgente na Ucrânia e disseram que a paz deve prevalecer na região.
Johnson afirmou a Bolsonaro na ligação, que o Brasil foi um "aliado vital" na Segunda Guerra Mundial, e que, novamente, a voz do país se mostra crucial para a solução da crise.
O primeiro-ministro britânico também disse que espera trabalhar em cooperação com Bolsonaro em assuntos bilaterais como segurança e comércio.
A Informação publicada na coluna do jornalista Igor Gadelha, no portal Metrópoles, aponta que integrantes da cúpula do Ministério das Relações Exteriores brasileiro ficaram incomodados com a forma com que o Reino Unido divulgou a conversa entre o presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, nesta quinta-feira.
A reclamação principal de diplomatas do Itamaraty foi em relação ao tom adotado por um porta-voz do gabinete de Boris Johnson, de quem partiu a iniciativa de divulgar primeiro a conversa por telefone entre os dois chefes de governo.
Confira estas e as principais notícias desta sexta (04/03), no áudio acima.
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