Rio de Janeiro

TRANSPORTE PÚBLICO

Justiça do RJ determina retorno imediato de motoristas do BRT após paralisação

Mais cedo, prefeito Eduardo Paes disse que greve foi articulada por empresários insatisfeitos com concessão caducada

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
BRT ônibus
Paralisação afetou serviço de aproximadamente 200 ônibus de trânsito rápido (BRT) nesta sexta-feira - Prefeitura do Rio

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) no Rio de Janeiro determinou, na tarde desta sexta-feira (25), que os motoristas do sistema de ônibus do BRT retornem imediatamente ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 100 mil para o sindicato da categoria em caso de descumprimento da decisão liminar.

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A medida judicial é uma resposta à greve iniciada nesta manhã, uma semana após a Prefeitura do Rio assumir o controle do sistema de transporte por meio da empresa Mobi-Rio. A ação da gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD) vale até a realização de uma nova licitação para a operação do BRT.

Com a paralisação desta sexta-feira, cerca de 200 ônibus articulados deixaram de circular nas faixas exclusivas da cidade, provocando transtorno para a população que ia para o trabalho no início do dia. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, 480 motoristas trabalham no BRT (Bus Rapid Transit, ônibus de trânsito rápido).

Por conta da mudança, representantes da categoria reivindicam novos contratos, com direitos trabalhistas. Mas o prefeito do Rio afirmou, mais cedo, que foi surpreendido pela greve sem aviso prévio, chamou a paralisação de "absurda" e disse que o movimento é um locaute (greve artificial articulada por patrões, e não por trabalhadores).

No centro da polêmica, está a briga entre o poder público da cidade e a Rio Ônibus, representante no setor privado dos empresários de ônibus do Rio e que foi contrária ao decreto de Eduardo Paes para fazer caducar parcialmente os contratos de concessão do BRT.

"É uma tentativa de empresários para chantagear a Prefeitura. O objetivo deles é impedir que as mudanças necessárias para recuperar o sistema sejam implementadas. Deveriam agir com racionalidade e prestar um serviço digno em vez de tentar conquistar a concessão na marra. Ninguém vai nos impedir de fazer uma nova licitação", disse Paes.

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Mais cedo, a Prefeitura do Rio chegou a anunciar um plano de contingência para reduzir os transtornos causados pela greve que afetou todo o sistema. Na decisão liminar desta tarde, a desembargadora Edith Maria Correa Coutinho afirmou que a greve causou transtorno "a uma parcela significativa da população carioca atendida pelo sistema BRT".

Edição: Eduardo Miranda