Depois de um silêncio de algumas horas na manhã desta quinta-feira (24), o Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota oficial sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. No comunicado, o Itamaraty afirma que "acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares".
A diplomacia brasileira pede ainda a "suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão". Leia a íntegra da nota ao final desta reportagem.
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O presidente Jair Bolsonaro (PL), no entanto, ainda não se manifestou sobre o tema nesta quinta. Ele está em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, acompanhado de assessores e ministros, como Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), pré-candidato ao governo paulista.
A justificativa oficial da viagem a São Paulo é a participação na inauguração de uma travessia urbana da cidade, localizada na BR-153. Pela manhã, Bolsonaro foi recebido por apoiadores no saguão do aeroporto de São José do Rio Preto.
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Depois da aglomeração na chegada, o presidente saiu em carreata acompanhado por vários motociclistas. O clima no evento de inauguração da travessia urbana, o clima foi de campanha eleitoral.
O mestre de cerimônia chegou a pedir ao público: “Põe no 22 aí”, em referência ao número do PL, novo partido do presidente. Durante a tarde, Bolsonaro participa da cerimônia de inauguração dos Reservatórios do Córrego Ipiranga, na capital paulista.
De acordo com informação obtidas em sua agenda oficial, o retorno de Bolsonaro para Brasília está programado para as 17h, quando ele deve pousar na Base Aérea da capital federal.
Leia a íntegra da nota do Itamaraty:
O Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia. O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.
Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias.
Edição: Rodrigo Durão Coelho