Além de todas as preocupações envolvendo as questões sanitárias, por causa da covid-19, a volta às aulas nas escolas da rede municipal de Curitiba apresenta outros desafios para que os professores possam garantir qualidade no processo de ensino-aprendizagem: atualmente, as salas das escolas municipais estão lotadas e com número acima do permitido por lei.
É o caso, por exemplo, das turmas de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor Brandão. Nas turmas de 3 a 5 anos, hoje, há 28 alunos em uma turma e 25 em outra. O estabelecido pelo Plano Municipal de Educação (PME) são 15 alunos.
O mesmo ocorre em outra unidade de ensino, a Escola Municipal Ana Hella, com turmas de 4º. ano com mais de 30 alunos, sendo que o correto seriam 20 crianças. Já na Escola Municipal Albert Schweitzer, as turmas de 6º. ano estão com 37 a 38 alunos, quando deveriam ter até 25.
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A superlotação é um componente negativo para que os professores possam garantir atenção de qualidade a todos os alunos. Em muitas turmas há ainda crianças que requerem atenção individualizada.
“Estou com 27 alunos de 10 anos, sendo que um é autista e outro com laudo ainda em investigação. Quando tem um aluno com laudo, é preciso ter redução no número de alunos”, conta uma professora que não quis ser identificada.
Essa alteração no número de alunos por profissional, segundo o PME, precisa ser implementada gradativamente até 2025, além da determinação que a gestão municipal realize o diagnóstico da realidade escolar, com vistas ao redimensionamento das turmas.
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O Sindicato do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) tem reivindicado que a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba (SME) cumpra o estabelecido no PME e implemente a redução das turmas. De acordo com o sindicato, no entanto, a SME ainda não apresentou qualquer estudo sobre a adequação do tamanho das turmas de educação infantil e de ensino fundamental no município.
A redação do Brasil de Fato Paraná entrou em contato com a Prefeitura de Curitiba pedindo esclarecimentos. Até o fechamento da matéria, não houve retorno.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lia Bianchini