O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), passou a ser alvo de ataques de bolsonaristas nas redes sociais, a uma semana de assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nesta quarta-feira (16), o magistrado declarou, ao lado dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, que “a Justiça Eleitoral já pode estar sob ataque de hackers, não apenas de atividades de criminosos, mas também de países, tal como a Rússia, que não tem legislação adequada de controle”, em uma reunião de transição do TSE transmitida ao vivo. Fachin também afirmou que o Brasil vive um “populismo autoritário”, mas que “a democracia irá triunfar em 2022”.
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A fala ocorreu no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com o líder russo, Vladimir Putin, para um almoço no Kremlim, em Moscou. A coincidência ou não gerou uma onda de revolta de aliados bolsonaristas nas redes sociais contra Fachin, e seu nome foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter.
“O Ministro Fachin, ao lado de Barroso e Alexandre de Moraes, insulta a Rússia no dia em que o Presidente Putin recebe a visita do Presidente Bolsonaro em Moscou. Inacreditável, inoportuno, inconcebível, antidemocrático”, afirmou o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ).
O Ministro Fachin, ao lado de Barroso e Alexandre de Moraes, insulta a Rússia no dia em que o Presidente Putin recebe a visita do Presidente Bolsonaro em Moscou. Inacreditável, inoportuno, inconcebível, antidemocrático. pic.twitter.com/pXcO3VLl5k
— Carlos Jordy (@carlosjordy) February 16, 2022
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O deputado federal General Girão Monteiro (PSL-RS) publicou: “Alô Fachin, que história é essa de “Brasil vive populismo autoritário”? Vamos deixar de ativismo político dentro do STF. Isso não está dentro do “livrinho”. Ou será que o Sr não o conhece, assim como alguns de seus pares? Respeito é uma via de mão dupla. Esticar a corda é perigoso”.
Márcio Furtado, pré-candidato a deputado federal pelo Espírito Santo e ex-superintendente no Ministério da Economia, afirmou “que ato falho do Fachin. Dizer que as urnas são vulneráveis a ataques hackers “russos” acelera a guinada à auditoria completa do processo eleitoral. Enquanto a Câmara quer discutir o PL das Fake News e banir o Telegram: eles sabem que Bolsonaro está MUITO à frente do PT”.
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Na mesma linha, Bruno Engler (PRTB), deputado estadual em Minas Gerais e apoiador do presidente, disse “O Ministro Fachin, ao lado de Barroso e Xandão, insulta a Rússia no dia em que o Presidente Putin recebe a visita do Presidente Bolsonaro em Moscou. Inacreditável, inoportuno, inconcebível e antidemocrático!”.
Em duas redes, Bolsonaro declarou que a afirmação “lamentável” de Fachin criou um constrangimento durante sua viagem à Rússia. “Eu estou em Moscou, ainda em solo russo. Uma crítica de, na verdade, 3 autoridades do TSE que integram o STF… é triste e constrangedor para mim receber essa acusação como se a Rússia se comportasse como país terrorista digital. Eles têm certeza, o Fachin, o Barroso e o senhor Alexandre de Moraes, que estou na Rússia. É lamentável esse tipo de declaração. Confesso que, se não visse as imagens e fosse matéria escrita, ia falar que é fake news”.
Atualmente, Barroso é o presidente do TSE. Depois de Fachin, Moraes assume a Presidência da Corte em agosto deste ano.
Edição: Vivian Virissimo