Rio de Janeiro

VIOLÊNCIA DE ESTADO

Justiça do RJ converte em preventiva prisão de PM que matou vendedor de balas em Niterói

Em depoimento à polícia, Carlos Arnaud admitiu que revistou Hiago Bastos antes de disparo e ele estava desarmado

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
riodejaneiro
Em depoimento à polícia, PM admitiu ter revistado Hiago, antes de fazer o disparo, e ter constatado que ele estava desarmado - Reprodução

O policial militar Carlos Arnaud Baldez Silva Júnior teve sua prisão em flagrante convertida em prisão preventiva nesta quarta-feira (16). Ele foi indiciado pela morte do vendedor de balas Hiago Bastos, de 22 anos, na última segunda-feira (14), próximo à estação das barcas, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Leia mais: Protesto pede justiça para Hiago Bastos, vendedor de bala morto por PM em Niterói

O juiz Rafael de Almeida Rezende, da Central de Audiências de Custódia, em Benfica, destacou o motivo fútil do delito. O auto de prisão em flagrante da delegacia mostra que houve uma discussão entre o vendedor de balas e um usuário na bilheteria das barcas, que levou o PM a abordar o vendedor.

Em seu depoimento à polícia, Carlos Arnaud admitiu ter revistado Hiago, antes de fazer o disparo, e ter constatado que ele estava desarmado. 

Segundo o juiz, a liberdade do PM nesta fase processual "poderia acarretar sérios gravames à colheita das provas necessárias, sobretudo diante da probabilidade de vir a influenciar negativamente o depoimento das testemunhas, que se sentiriam constrangidas ou até intimidadas em prestar o depoimento de forma livre", escreveu.

Leia também: STJ confirma indenização para familiares de Amarildo, mas ministra pede mais tempo para analisar caso

O sargento deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, qualificado por motivo fútil. Segundo testemunhas, o PM teria se incomodado com a abordagem do trabalhador vendendo os doces.

Edição: Eduardo Miranda