O vendedor de balas Hiago Macedo de Oliveira Bastos, de 21 anos, foi morto a tiros por um policial militar de folga, próximo à estação das barcas, no centro de Niterói, região Metropolitana do Rio de Janeiro, no início da tarde desta segunda-feira (14).
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Segundo testemunhas, o policial militar, identificado como Carlos Arnaud Baldez Silva Júnior, e Hiago iniciaram uma discussão após o vendedor oferecer balas ao PM, que estava à paisana. O agente teria se irritado com a atitude e atirado contra Hiago. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para socorrer a vítima, mas ele não resistiu e morreu.
Familiares disseram à imprensa que a filha do vendedor vai fazer dois anos daqui a quatro dias. Hiago vendia balas na Praça Arariboia, em Niterói, para sustentá-la, e estava juntando dinheiro para pagar a festa da criança.
Diversos parlamentares se manifestaram nas redes sociais. A deputada federal Talíria Petrone (Psol), que é de Niterói, disse que o caso repete a banalização da morte de negros e negras no país, como ocorreu com o congolês Moïse Kabamgabe no último dia 24.
"Mais um trabalhador que tomba pelo racismo estrutural e genocida. Hoje, Hiago foi assassinado por um policial enquanto vendia balas em frente à estação das barcas de Niterói. Moïse foi espancado até a morte por cobrar seus direitos trabalhistas", escreveu a deputada, em sua conta no Twitter.
No local, houve um protesto após a morte de Hiago pedindo justiça pelo vendedor de balas.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que o policial militar de folga "reagiu a uma tentativa de roubo na Praça Arariboia", segundo "informações preliminares": "O militar tentou intervir na ação e um dos envolvidos teria investido contra sua integridade, sendo atingido por disparo de arma de fogo. O ferido não resistiu".
Ainda segundo a PM, o policial que participou da ação "está com um homem, que seria a vítima da tentativa de roubo, prestando depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí". A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) já foi acionada e acompanha o caso.
Edição: Jéssica Rodrigues