Rio de Janeiro

LITERATURA

No Rio, começa mais uma edição da Festa Literária das Periferias, que debate o modernismo negro

Lima Barreto, Pixinguinha e Josephine Baker estão entre os homenageados do evento na Zona Portuária

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Flup MAR
Feira literária vai até o dia 18 no Museu de Arte do Rio, o MAR (foto), e no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), ambos na Zona Portuária do Rio - Alexandre Macieira | Riotur

Começa nesta sexta-feira (11) a Feira Literária das Periferias, a Flup, que chega à sua 11ª edição. Neste ano, o evento vai até o dia a próxima sexta-feira (18) e os encontros, além de toda a programação, vão acontecer no Museu de Arte do Rio (MAR) e no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), ambos na Zona Portuária do Rio de Janeiro.

Segundo os organizadores, a escolha da região da Pequena África, no centro da cidade, como local da festa não é à toa. No ano do centenário da Semana de Arte Moderna, a Flup 2022 celebra o modernismo negro, homenageando Lima Barreto, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga e Josephine Baker.

Entre as atrações, estão o afrofunk de Taísa Machado, o show de Amaro Freitas e as mesas “Fluxos Transatlânticos” e “Uma experiência Luminosa: O Jazz, a Lei Seca e o Exílio em Paris”.

A Flup reconhece o legado da Semana de 1922 e a importância da vanguarda artística de Oswald de Andrade e Mário de Andrade, integrantes do movimento centenário. Mas os debates também questionarão o protagonismo paulistano e o apagamento da diversidade cultural do Brasil e de outros movimentos modernos que aconteciam em diversas cidades antes mesmo de 1922.

Enquanto a Semana de Arte Moderna acontecia em São Paulo, Paris sediava o primeiro encontro de músicos negros na diáspora. Dele, fizeram parte Pixinguinha e seu grupo, o Oito Batutas – também formado por Donga, Raul Palmieri, Nelson Alves, China, Jacó Palmieri, José Alves Lima e Luis Pinto da Silva.

Por isso, numa ode ao Rio de Janeiro, a Flup pretende apresentar um panorama da efervescência cultural da cidade na década de 1920, "os anos loucos", discutindo como seus personagens contribuíram para o modernismo.

A festa se encerra com uma homenagem à grande compositora e maestrina negra Chiquinha Gonzaga, muitas vezes embranquecida nos palcos e telas, feita pela cantora e compositora Juçara Marçal.

Confira aqui a programação da Flup 2022

A entrada é franca e será realizada por ordem de chegada, com distribuição de pulseiras, uma hora antes da abertura dos portões.

Edição: Eduardo Miranda