Desde o início da pandemia, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) entregou 300 toneladas de alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade no Rio de Janeiro. A distribuição de cestas em favelas da capital foi possível por meio da campanha "Mutirão contra a fome" organizada através dos chamados comitês populares.
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Segundo o MPA, a campanha já atendeu 19 mil famílias nas favelas da Rocinha, Guararapes, Tavares Bastos, Morro dos Prazeres, Mangueira e Morro dos Macacos, na capital, além da Vila Projetada, em Niterói.
Beto Palmeira, coordenador do MPA no estado, explica que a solidariedade sempre foi um compromisso dos pequenos agricultores. “Nós já vínhamos, em alguns momentos, fazendo doações para movimentos urbanos. Eu destaco a relação com o MTST, que a gente está construindo a nível nacional, e aqui no Rio também, a partir das cozinhas solidárias que eles estão construindo”, disse.
Uma das frentes de atuação dos comitês populares é o pré-vestibular comunitário Vila Isabel Vestibulares (Vive), na zona norte do Rio. A professora de história do cursinho, Taisa Falcão, conta que a distribuição de cestas teve início após as aulas serem suspensas. Ela percebeu que os estudantes estavam passando por dificuldades e organizou por conta própria as doações.
"No mês seguinte a gente começou a se articular junto com o MPA e, além das cestas, a gente passou a receber também as doações da feira de orgânicos”, lembra. Em 2020, a iniciativa chegou a ter 800 famílias cadastradas apenas no Morro dos Macacos.
“Uma coisa é a pandemia acabar, outra é a situação de vulnerabilidade das pessoas. Especialmente no contexto que a gente vive de um governo que tem atacado diretamente a capacidade que a população tem de ser organizar, em termos econômicos, e além disso a gente tem o acréscimo de uma crise que já vem se prolongando não é de hoje. Então as pessoas que vivem aqui sofrem diretamente esse impacto”, completa a professora que também é uma dos coordenadoras do pré-vestibular.
O "Mutirão contra a fome" conta com doações a partir do sistema de comercialização de produtos do MPA, e parcerias com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro-RJ), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), e o Sindicato dos trabalhadores do Colégio Pedro II. Este ano, o movimento completa 26 anos com a presença em 19 estados de todas as regiões do país.
Edição: Clívia Mesquita