O evento promovido na tarde desta quarta-feira (9) pela gestão Bolsonaro, no município de Jardim de Piranhas (RN), para simbolizar a chegada do volume de água da transposição do rio São Francisco ao Rio Grande do Norte contou com uma situação inusitada: a água, que vinha da Paraíba, não chegou a tempo ao território do estado onde se encontrava a comitiva presidencial.
A Secretaria de Recursos Hídricos (Semarh) do estado informou que, na manhã desta quarta, o líquido ainda não havia atingido a divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba, que está a cerca de 20 km do local da cerimônia.
“Não haverá tempo de o presidente inaugurar as águas passando por Jardim de Piranhas”, antecipou o titular da pasta, João Maria Cavalcanti, segundo informações do site G1. Em entrevista ao portal Fórum, o gestor disse ter havido um equívoco por parte da gestão Bolsonaro.
“[As águas] estavam na Paraíba. Eles abriram as comportas lá. Por um erro de cálculo e desconhecimento do Rio Piranhas por parte da equipe do governo federal, eles liberaram lá na Paraíba [e vieram pra inauguração], só que as águas demoram alguns dias para chegar ao Rio Grande do Norte”, explicou Cavalcanti.
O volume previsto para chegar ao local viria da barragem de São Gonçalo (PB) e foi liberado há dois dias, mas não alcançou o destino até a hora da inauguração da obra, devendo atingir o ponto até esta quinta-feira (10). A projeção foi dada pelo comitê que gere a Bacia Hidrológica do Piancó-Rio Piranhas-Açu.
Como resultado da ocorrência da cerimônia antes da chegada do recurso ao ponto de destino, a secretaria esclareceu que a água que hoje consta no curso do rio provém das recentes chuvas no local.
Ao mencionar o calendário da obra, Bolsonaro disse ao público presente que a perspectiva é de que os trabalhos se encerrem no fim deste ano. “Tudo faremos para que a água, esse bem indispensável, chegue ao lar de cada um de vocês", acenou.
O Brasil de Fato tentou ouvir o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) a respeito da não chegada das águas antes da cerimônia e aguarda retorno da pasta.
Edição: Rodrigo Durão Coelho