Os fiscais passaram a ser deslegitimados. Se eles não são respeitados a fiscalização não funciona
O que esperar das políticas ambientais neste ano, último da atual gestão do presidente Jair Bolsonaro? Para quem acompanha de perto o tema, a perspectiva é que este primeiro semestre de 2022 seja marcado por intensa pressão do governo no Congresso Nacional, para ganhar tempo e tentar aprovar leis de desmonte ambiental, já que pode haver uma mudança de governo para 2023.
É o que espera a ex-presidenta do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), Suely Araújo, que participou da edição de hoje (8) do Programa Bem Viver. Para ela, está claro que o Ministério do Meio Ambiente e o próprio Bolsonaro articulam decretos e portarias para flexibilizar ainda mais a legislação ambiental.
“É como se o governo se articulasse para degradar o mais rápido possível, antes que a atual gestão acabe”, disse Suely, que é urbanista, advogada, doutora em Ciência Política e esteve a frente do Ibama entre 2016 e 2018. “O fiscal passou a ser deslegitimado. As pessoas passaram a ver os fiscais como alguém que atrapalha. Isso tira a credibilidade do profissional diante da população e isso é péssimo. Ele tem que ser respeitado para que a fiscalização funcione bem.”
Na conversa, a especialista fez um balanço sobre os três anos de governo Bolsonaro para o meio ambiente, falou das preocupações para este último e, por fim, disse o que espera pra próxima gestão. Ela adianta: se Bolsonaro for reeleito, não há o que esperar.
Aumento do preço dos alimentos
Arroz, feijão, café e óleo são alguns dos alimentos mais consumidos no país, presentes na maioria das casas e na dieta básica dos brasileiros, inclusive em mais de uma refeição. No entanto, devido a gestão econômica e agrícola implantada pelo governo Bolsonaro, esses e outros alimentos da cesta básica estão atingindo valores inacessíveis à renda média familiar.
O feijão é um dos campeões de aumento de preço. Além de erros na política econômica, a disparada de valores tem relação direta com programas de incentivo ao agronegócio, que retiram território e benefícios antes direcionados para a produção de alimentos.
Homenagem ao MST
Nos quase dois anos de pandemia, é fácil lembrar quem trabalhou para garantir condições de vida mais digna para os famílias em vulnerabilidade social. Entre diversas organizações que arregaçaram as mangas está o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Na última semana, mais uma vez, o MST foi reconhecido por esse trabalho: em Maricá (RJ), a artista plástica Regina Marconi trabalhou durante seis meses na construção de uma obra que retrata a realidade brasileira na pandemia. De forma sensível, o painel "Solo Fecundo" exibe personagens que representam a diversidade da classe trabalhadora do país.
A tela, de 1,60 metro de altura e 3,5 metros de largura foi entregue para a Brigada Nacional Joaquín Piñero do MST. Nas palavras de Regina, o quadro vai ficar “junto às mulheres e homens que constroem a profecia bendita de um país solidário”.
A artista agora prepara cópias impressas da obra, em tamanho reduzido, para disseminar a mensagem de esperança deixava pelo MST durante a pandemia.
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Edição: Sarah Fernandes