Uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou, na última semana, em Minas Gerais, 271 trabalhadores em situação análoga à escravidão. A ação ocorreu em três fazendas de produção de cana de açúcar na região de João Pinheiro (MG). O resgate foi o mais numeroso dos últimos anos.
Os funcionários da usina viviam em condição degradante: sem refeitório, faziam refeições sentados no chão; não possuíam acesso a sanitários e eram abrigados em alojamentos superlotados. Segundo o MPT, alguns trabalhadores estavam, inclusive, com teste positivo para covid-19.
A equipe de fiscalização integrada pelo MPT em Minas Gerais, a Auditoria Fiscal do Trabalho (AFT) e agentes das Polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) trabalharam no local de 24 a 28 de janeiro, colhendo depoimentos e apurando os valores devidos a cada um dos 271 trabalhadores.
O valor das verbas rescisórias de todos os trabalhadores, calculadas pelos fiscais, deve ultrapassar R$ 5 milhões. “Cada trabalhador vai receber indenização a título de reparação de danos morais individuais, e a empresa vai pagar também indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 400 mil”, informou nota do MPT.
Os trabalhadores eram da Paraíba, Piauí, Pernambuco, Maranhão e Bahia.
Resgate é maior que todos de 2021
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), no ano passado, 1.937 pessoas em situação de trabalho escravo contemporâneo foram resgatadas. O número é 106% maior que o de 2020, quando foram resgatadas 936 pessoas.
Minas Gerais, mais uma vez, foi o estado com o maior número de trabalhadores resgatados, somando 768 vítimas. Contudo, o maior número de pessoas resgatadas em um só estabelecimento foi no Distrito Federal, em que 116 pessoas estavam trabalhando em condições degradantes.
Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Larissa Costa e Rodrigo Durão Coelho