O velório da cantora Elza Soares, que aconteceu nesta sexta-feira (21), no Theatro Municipal do Rio, foi marcado por homenagens e emoção. A celebração teve início às 8h da manhã apenas para familiares e às 10h abriu para o público, que mesmo antes do horário já formava uma fila na porta do local para poder se despedir da artista.
Elza faleceu na última quinta-feira (20), de causas naturais, aos 91 anos de idade. Mesmo dia em que seu ex-companheiro, Manoel Francisco dos Santos, mais conhecido como Mané Garrincha, morreu.
Ao longo do velório, homenagens foram feitas à cantora de MPB. Integrantes da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel a saudaram com uma salva de palmas e uma coroa, símbolo da escola.
O encerramento da cerimônia foi marcado por grande emoção durante a homenagem das atrizes do musical sobre a vida de Elza.
As artistas cantaram composições de Chico Buarque como "Dura na Queda" e "O Meu Guri" e, por fim, encerraram com a música que dá nome ao álbum que revolucionou a carreira da cantora, "Mulher do Fim do Mundo".
O prefeito Eduardo Paes (PSD), o ator Lázaro Ramos e a atriz Taís Araújo, que interpretou a cantora no filme Garrincha - Estrela Solitária, de 2003, também compareceram ao teatro para se despedir da amiga.
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Sete coroas de flores ocuparam o espaço ao redor do caixão, uma delas enviada pelo cantor Zeca Pagodinho. Uma escultura de São Jorge em seu cavalo foi colocada de um lado do corpo da cantora e do outro, uma coroa, de ouro e cravejada de diamantes, presente da rainha Elizabeth II.
Após o velório, um caminhão do Corpo de Bombeiros levou o corpo da artista para o cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste do Rio de Janeiro. O cortejo passou por Copacabana, bairro da zona sul onde Elza morou. Em cima do caixão, as bandeiras do Flamengo e da Mocidade foram estendidas. A cantora encerraria o desfile da escola de samba neste ano.
A prefeitura do Rio de Janeiro decretou luto de três dias na cidade pela morte da cantora.
Legado
Elza iniciou a jornada artística ainda no final dos anos 1950. Artista de renome internacional, Elza brilhou nos palcos de distintas partes do mundo. Ao todo, lançou 34 discos, que encantaram o público ao dialogar com diferentes ritmos, entre eles o samba, o jazz e o hip hop.
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Em 2015, a cantora reiventou-se com o disco "A Mulher do Fim do Mundo", primeiro trabalho de canções inéditas da artista em mais de seis décadas. Pela obra, Elza venceu o Grammy Latino na categoria de melhor álbum de música popular brasileira.
A cantora também era conhecida pelos posicionamentos progressistas e pela defesa dos direitos humanos.
Edição: Jaqueline Deister