Sem carnaval de rua pelo segundo ano consecutivo e sem auxílio da Prefeitura do Rio de Janeiro, os trabalhadores ambulantes deram início a uma campanha para arrecadar apoio financeiro nesta quarta-feira (19). A renda proveniente do carnaval de rua é parte fundamental do sustento de cerca de 40 mil camelôs da cidade.
Encabeçando a campanha, o Movimento Unido dos Camelôs (MUCA) espera construir uma rede de apoio em torno da luta da categoria que será a mais afetada com o cancelamento da festa.
Leia mais: Carnaval de rua cancelado: como ficam os vendedores ambulantes do Rio?
Na etapa inicial da campanha, o MUCA disponibilizou um formulário para as pessoas que podem oferecer qualquer tipo de ajuda aos ambulantes. A expectativa é arrecadar alimentos para montagem de cestas básicas, roupas e, na próxima fase da campanha, doações em dinheiro.
O grupo apoia o cancelamento da folia em 2022 por conta da nova onda de covid-19. "Estamos na luta pela ocupação dos espaços públicos, mas ter aglomeração nesse momento é muito perigoso. Precisamos proteger as pessoas e dar condições para elas sobreviverem", afirma Maria dos Camelôs, coordenadora do movimento.
Por meio da campanha também cobram da prefeitura do Rio o pagamento do auxílio carnaval para os trabalhadores informais.
"Camelô é trabalhador. A responsabilidade não pode ser só nossa, tem que ser do poder público também. As pessoas não precisam só de cesta básica, precisam de dinheiro para pagar as contas, aluguel, comprar gás. Os camelôs de evento estão sem trabalhar há dois anos, quando pensamos que ia voltar a pandemia aumentou", completa Maria.
Edição: Mariana Pitasse