cobertura especial

Alegria e esperança: crianças contam o que sentem ao se vacinar contra covid-19, no Radinho BdF

Expectativa é que nesta semana, a imunização já tenha começado em todas as capitais, respeitando grupos prioritários

Ouça o áudio:

Radinho BdF vai à campo acompanhar como está vacinação de crianças em postos de saúde da capital paulista - Marcos Moura/ Prefeitura de Fortaleza
Fiquei muito feliz, as crianças vão ficar mais seguras contra o coronavírus

Depois de um ano de espera e de diversas polêmicas, tem início a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra covid-19 no Brasil, um marco histórico para a saúde pública do país. Por isso, a edição de hoje (19) do Radinho BdF faz uma cobertura especial do início da imunização e ouve como os pequenos se sentem ao receber a primeira dose.

“Eu achei que seria pior, mas foi bom. É para não ficar doente de coronavírus”, disse o João Magalhães, que tem 9 anos e foi uma das primeiras crianças vacinadas do país, no Recife.

A expectativa é que até o final da semana, a imunização dos pequenos já tenha começado em todas as capitais do país, respeitando grupos prioritários de crianças com comorbidades, indígenas e quilombolas. O primeiro estado a iniciar a vacinação de meninos e meninas foi São Paulo, na última sexta-feira (14), com a imunização de Davi Xavante, de 8 anos.

Ele é do Mato Grosso, mas mora em São Paulo para fazer um tratamento médico. E por essa condição de saúde e por ser indígena, ele é considerado do grupo de crianças com prioridade na vacinação em diversos municípios.

“Eu estava um pouco nervoso, de emoção e alegria. Eu queria tomar a vacina para ter mais proteção. Estou fazendo isso pela minha aldeia”, disse Davi, em entrevista a emissora CNN.

A maioria dos municípios da região metropolitana de São Paulo também iniciaram a vacinação por crianças do grupo prioritário. Em São Caetano do Sul, quem fez história e se tornou o primeiro menino imunizado da cidade foi o Caio Desotti, uma criança de 11 anos, com Síndrome de Down. “Foi emocionante! A vacina é para a nossa saúde”, disse.


"Fiquei muito feliz, as crianças vão ficar mais seguras contra o coronavírus", diz Ana Sofia, de 7 anos, indígena do povo Atikume e primeira vacinada de Santo André / Prefeitura de Santo André

E logo depois dele, quem recebeu a dose de esperança na cidade foi o Francesco Olívio, que tem 7 anos. “Eu queria tomar a vacina porque eu quero poder sair na rua e fazer as coisas que gosto de novo”, disse. “Não precisa ter medo de tomar a vacina, porque não dói nada. Quando mais rápido todo mundo se vacinar, mais rápido vamos poder voltar a sair na rua sem máscara.”

Já na vizinha Santo André, também no ABC paulista, a primeira vacinada foi a menina indígena Ana Sofia, de 7 anos, do povo Atikume. “Eu estava muito ansiosa para tomar a vacina. Fiquei muito feliz, as crianças vão ficar mais seguras contra o coronavírus”.

Cobertura especial

O Radinho BdF vai a campo acompanhar como está vacinação de crianças em postos de saúde da capital paulista. O trajeto começou pela Unidade Básica de Saúde de Heliópolis, na zona sul da cidade. Por lá, trabalhadores da saúde montaram uma tenda para atender e vacinar crianças e adultos contra o coronavírus. É possível cadastrar crianças fora do grupo prioritário na lista de xepa para, caso sobre vacina no final do dia, seja possível adiantar a imunização.

Na sequência, a reportagem segue para a Unidade Básica de Saúde da Vila Carioca. A dica dos profissionais por lá é para os adultos aproveitarem e, quando levarem as crianças para vacinar, completar a imunização contra o coronavírus ou tomar a vacina contra a influenza.

Quem se vacinou por lá foi o Leonardo, de 10 anos. “Eu estava muito ansioso esperando a vacina para me proteger. Eu diria pra as crianças não ficarem com medo que não doí nada”, disse. “Para mim é importante voltar para escola vacinado porque lá a gente pode pegar e eu me sinto mais seguro.”


Davi Xavante foi a primeira criança vacinada do Brasil, em 14 de janeiro, em São Paulo / Governo do Estado de São Paulo

Surpresa na edição

Durante a gravação desse episódio, a apresentadora do Radinho BdF recebeu uma ligação especial: era a enfermeira dizendo que ela poderia levar seu filho, Benjamin, de 11 anos, para se vacinar na xepa.

“Eu estou agora no posto de vacinação. Ligaram para o meu padastro, José, e falaram que tinha sobrado uma vacina para mim”, contou. “Eu tomei minha vacina hoje, as rações ainda não apareceram e quase não senti dor. Tomar vacina não é uma cosia ruim. Espero que agora dê para fazer mais coisas, como ir em parques e que o coronavírus vá indo embora.”

Dúvidas sobre o imunizante

Depois de diversas polêmicas envolvendo o imunizante pediátrico, que foi desacreditado inclusive pelo presidente Jair Bolsonaro, é normal que crianças e seus cuidadores fiquem com dúvidas sobre a vacina. Por isso, o Radinho conversa com uma enfermeira e um especialista em imunização pediátrica para esclarecer dúvidas.

É importante ter em mente que a vacina para as crianças é diferente. Além de ser preparada com ingredientes específicos, o imunizante tem apenas ⅓ da dose dos adultos: enquanto a dose do adulto tem 30 miligramas de vacina e na das crianças tem apenas 10 miligramas. Para que os frascos das vacinas não sejam confundidos, a embalagem das crianças tem tampa laranja e dos adultos roxa.

Por enquanto, o único imunizante autorizado para crianças é do da farmacêutica Pfizer. A vacina Coronavac, do Instituto Butantã, está em análise para ser utilizada em crianças.


Toda quarta-feira, uma nova edição do programa estará disponível nas plataformas digitais. / Brasil de Fato / Campanha Radinho BdF

Sintonize

O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 10h às 10h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

Edição: Sarah Fernandes