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“A luta não é minha. Ela é histórica”, diz Padre Júlio Lancellotti ao Programa Bem Viver

Considerado profeta da luta social, o religioso dedica a vida aos moradores de rua e afirma manter viva a esperança

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“Temos que continuar lutando, não podemos perder o horizonte da luta”, diz padre Julio - Foto: Rafael Stedile
O neoliberalismo não é só um sistema econômico e político. Nós pensamos de maneira neoliberal

Padre Júlio Lancellotti, profeta da luta social, que dedica a vida aos direitos dos moradores de rua, mantém viva a esperança, nutrindo-a em um amplo contexto histórico e na relação afetiva e amorosa com as pessoas ao seu redor. “Temos que continuar lutando, não podemos perder o horizonte da luta”, disse em entrevista a edição de hoje (24) do Programa Bem Viver.

“Nossa luta é histórica. Ela não é minha. A luta se faz na História. É a luta de Zumbi dos Palmares, de Antônio Conselheiro, da irmã Dorothy Stang e de Santo Dias. É uma luta que vai sendo construída”, afirmou durante a conversa, na qual falou sobre espiritualidade e solidariedade.

Há anos, Padre Julio se dedica a luta por direitos da população de rua, em especial na cidade de São Paulo. Entre seus trabalhos, ele arrecada e distribui alimentos a pessoas desempregadas todas as manhãs. A demanda aumentou consideravelmente nos últimos anos, após as crises sanitária, social e econômica enfrentadas no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 15 milhões de pessoas estão à procura de um emprego no país.

“O neoliberalismo não é só um sistema econômico e político, ele é uma epistemologia. Nós pensamos de maneira neoliberal, mesmo entre as pessoas mais necessitadas. Ninguém abre mão para o que tem mais necessidade. A necessidade se opõe a ética. Isso embrutece muito e desumaniza a todos, os que impõe essa lógica e os que são submetidos a ela”, disse.

Dá para ter encontros com segurança?

Com a proximidade das festas de fim de ano, muitas pessoas estão se perguntando se já é seguro sair de casa neste momento da pandemia e que medidas são importantes para garantir segurança e evitar contágios?

O Brasil de Fato mergulha nos dilemas entre sair ou não sair de casa neste momento e também destaca cuidados importantes para continuar se prevenindo da covid-19.

Vai visitar parentes distantes? Vale andar com o comprovante de vacinação. Muitos lugares estão exigindo o documento. Para quem perdeu o registro vale pegar a segunda via no local em que tomou a última dose da vacina.

Está pensando em ver pessoas na festa do Réveillon? Que tal fazer uma “quarenteninha” antes de encontrar com o grupo? Essa é uma forma de ter mais segurança de que você não vai levar o vírus para ninguém. Fazer testes também é uma opção importante para monitorar a saúde antes de fazer as malas.

Conhece alguém que ainda não se vacinou? Vale ajudar e indicar um posto de saúde. Algumas pessoas podem ter dificuldade de acesso à imunização dependendo do lugar em que moram. Neste caso, é fundamental se mobilizar e exigir medidas da Secretaria de Saúde do município.

Alimentos regionais nas festas

Quem ainda estiver em dúvida sobre o que preparar para as festas de fim de ano, o Bem Viver dá a dica: apostar nos alimentos regionais! Eles reúnem diversas vantagens, entre elas serem mais econômicos, já que não estão tão suscetíveis as variações da inflação e podem ser adquiridos diretamente das famílias agricultoras.

Com isso, há a tendência também de serem mais saudáveis, cultivados de forma orgânica, sem uso de venenos. Os alimentos não-regionais precisam de grandes deslocamentos, o que muitas vezes resulta no uso de conservantes e transgenia.

Uma boa dica é optar por comprar alimentos em feiras agroecológicas e da agricultura familiar que funcionem perto de casa. Outra opção é procurar a unidade do Armazém do Campo mais próxima. Confira lojas no site: armazemdocampo.com.br.


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Edição: Sarah Fernandes