Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciar que somente policiais federais e agentes comunitários de saúde receberiam aumento no funcionalismo federal, os auditores da Receita Federal começaram a entregar os cargos de chefias. Os pedidos de exoneração chegaram a 635 e, agora, atingem o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que perdeu 44 dirigentes.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), o Brasil tem 7.950 auditores, sendo 6.071 analistas e 2.938 em funções comissionadas, ou seja, que não são servidores de carreira.
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Os pedidos de dispensa dos cargos de chefia não significa que os servidores abandonaram a carreira. Apenas o posto de comando fica vago, o que significa a paralisação, no caso do Carf, de diversos julgamentos de recursos analisados pelo órgão.
Em nota, o sindicato da categoria anunciou que pode culminar na paralisação completa dos servidores.
“O Sindifisco Nacional fará ao longo do dia assembleias telepresenciais com a categoria em todo o país a respeito das ações a serem tomadas diante dos cortes orçamentários na Receita Federal, do descaso e quebras de compromisso do governo para com a categoria. A pauta prevista é para decidir pela paralisação da categoria, para referendar a entrega de cargos, que já está ocorrendo.”
Desde 2016, os auditores da Receita Federal não recebem aumento e nem o bônus salarial. O aumento de policiais federais, que são base eleitoral do presidente, foi um pedido pessoal de Bolsonaro ao Ministério da Economia.
Edição: Leandro Melito