Ciclo vacinal

Chegam ao Brasil 1,4 milhão de doses de reforço da vacina Janssen

Após desembarque, os insumos passam por processo de análise de qualidade e, em seguida, serão distribuídos aos estados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A vacina da Janssen foi aprovada para uso em gestantes e mulheres que amamentam - Créditos da foto: Gilson Abreu/AEN

Novos lotes da vacina contra a covid-19 da farmacêutica Janssen chegam nesta quarta-feira (8) ao Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, são 1,4 milhão de doses do imunizante, que utiliza o vírus modificado para estimular o organismo humano a produzir anticorpos contra a doença.

A partir do desembarque, os insumos passam por processo de análise de qualidade e, em seguida, são distribuídos aos estados e municípios. Das 378,5 milhões de doses distribuídas em todo o país, cerca de 5 milhões são da Janssen.

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Por meio de nota, o ministério destacou que os mais de 4 milhões de brasileiros que já se vacinaram com o imunizante da farmacêutica devem tomar uma dose de reforço, também da Janssen, entre dois e seis meses após a primeira aplicação.

“A orientação é baseada em estudos científicos que mostram aumento significativo da imunidade após a aplicação de mais uma dose da vacina, principalmente com intervalo mais longo, de seis meses”, completou a pasta.

A aplicação em uma dose única é a grande diferença prática do produto da Janssen em relação aos demais imunizantes distribuídos no Brasil até então, como CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer. Cada ampola deve ser suficiente para a aplicação de dez doses, sendo de 0,​5 ml cada dose. Agora que as demais vacinas estão sendo reforçadas por uma terceira dose, a da Janssen receberá uma segunda inoculação como reforço.

Segundo dados da farmacêutica publicados na revista científica "New England Journal of Medicine", o imunizante apresenta uma eficácia de 66% contra casos moderados, 85,4% contra casos graves e, por fim, 100% contra hospitalização e morte por covid-19, após 28 dias da aplicação da dose. 

O estudo que permitiu chegar a esses números foi realizado com pouco menos de 44 mil voluntários de oito países, incluindo Estados Unidos, Brasil e África do Sul. Desses, 34% tinham mais de 60 anos de idade.

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Proteção contra variantes

Ainda não existem dados consolidados sobre o grau de eficácia contra a variante ômicron. A empresa disse que está avaliando a eficácia do seu imunizante contra a ômicron ao mesmo tempo em que desenvolve uma vacina específica para a variante.

"Começamos a trabalhar para projetar e desenvolver uma nova vacina contra a ômicron e vamos progredir rapidamente em estudos clínicos, se necessário", disse Mathai Mammen, chefe global de pesquisa da farmacêutica.

Em relação às variantes do Sars-CoV-2, o imunizante apresentou uma proteção de 64% contra casos moderados e de 82% contra casos graves da variante Beta, identificada pela primeira vez na África do Sul e considerada uma das mais contagiosas, ao lado da variante Delta, identificada na Índia. 

Quanto a esta última, ainda não foram divulgadas as taxas de proteção. Mas, segundo a chefe do programa de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria van Kerkhove, as vacinas existentes até o momento são eficazes contra a variante indiana. 

"A boa notícia é que até agora as vacinas funcionam contra a Delta", afirmou Kerkhove, durante entrevista coletiva, nesta segunda-feira (21). No entanto, caso a imunização não seja acelerada, “pode haver um momento em que surja uma 'constelação de mutações' e tenha uma contra a qual elas percam sua potência”.

Edição: Vinícius Segalla