CRIME DA VALE

Atingidos da bacia do Rio Paraopeba reivindicam participação nas decisões com a Vale

Além da participação, os moradores pedem medidas emergenciais em saúde e renda dos municípios afetados

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
As cartas completas podem ser lidas no portal do Instituto Guaicuy - Foto: Reprodução/Instituto Guaicuy

“Somos pessoas simples e batalhadoras. Trabalhadoras e trabalhadores que nos esforçamos muito para conseguir comprar ou manter nossas casas próximas ao Paraopeba”. É assim que moradores de Pompéu, Abaeté, Morada Nova de Minas, Felixlândia e Três Marias – municípios de Minas Gerais afetados pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho – se descrevem em uma carta endereçada ao Comitê de Compromitentes, formado pelo Estado de Minas Gerais, Ministério Público Federal e Estadual e Defensoria Pública Estadual.

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As cartas foram escritas durante os encontros do primeiro Curso de Formação em Direitos das Pessoas Atingidas por Crimes da Mineração, que ocorreu entre os dias 11 e 27 de novembro de 2021. O evento foi organizado pelo Instituto Guaicuy, Assessoria Técnica Independente que acompanha as comunidades atingidas das áreas 4 e 5 da bacia do Rio Paraopeba

Os debates realizados durante os encontros foram sistematizados em cinco cartas, que reivindicam, entre outras demandas, a participação efetiva dos atingidos no Comitê de Compromitentes e nas decisões referentes ao acordo firmado entre Vale, governo de Minas e instituições de Justiça.  Leia as cartas completas

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“A destruição das nossas comunidades não parou em janeiro de 2019, pelo contrário, a cada dia vemos se agravar e acumular uma série de danos em nosso cotidiano”, enfatizam, na carta, os moradores de Felixlândia que solicitam maior atenção à região 5 que. Segundo moradores, inicialmente, sequer a comunidade foi reconhecida como atingida. 

Além da participação, os moradores também solicitam medidas emergenciais devido às doenças físicas e mentais, e a desestruturação das cadeias econômicas das cidades, que dependiam da bacia do Rio Paraopeba, da represa de Três Marias e do Rio São Francisco.

“Hoje, quase três anos depois do crime, nosso peixe ainda é desacreditado, nosso lazer ainda está interrompido, nosso trabalho está dificultado, sem falar nos problemas de saúde que continuamos sofrendo por causa da contaminação das águas do rio”, declararam, em carta, as comunidades Morada Nova de Minas e Biquinhas. 

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Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Larissa Costa