Movimentos e coletivos feministas, centrais sindicais e partidos de esquerda realizam, neste sábado (4), mobilizações em todo o Brasil pelo impeachment de Jair Bolsonaro, contra a fome, a miséria, o machismo, o desemprego e a violência.
A palavra de ordem é “Bolsonaro Nunca Mais!”. Razões para isso todas as mulheres têm de sobra. A organização dos protestos afirma que além de ser um péssimo gestor, que colocou a economia do país no buraco, com altas taxas de desemprego e inflação, aumento da fome e da miséria, Bolsonaro é o presidente mais machista da história do Brasil.
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Inspirada na campanha #EleNão, que realizou massivos atos feministas contra Bolsonaro no período eleitoral em 2018, a mobilização atual realizou, como processo preparatório, uma plenária online no dia 23 de novembro. Houve a participação de 470 pessoas de diferentes partes do país.
"É importante a gente tirar o Bolsonaro, nem que seja um dia antes dele terminar o governo dele”, afirma Sonia Coelho, militante da Sempreviva Organização Feminista e da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). Ela destaca que “é impossível continuar convivendo com um governo que destrói vidas e direitos todos os dias”.
A luta contra a fome e a miséria são centrais, urgentes e inadiáveis e pressupõem a saída de Bolsonaro da presidência da República. "Nós, mulheres da classe trabalhadora, mulheres cutistas, mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres trans, estaremos mais uma vez nas ruas no dia 4 de dezembro, as quais sempre ocupamos para dizer – Ele Não e Fora Bolsonaro – e pedir impeachment já, afirma a secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves.
No Rio Grande do Sul, pelo menos oito cidades já confirmaram a realização de protestos. Em Porto Alegre, a concentração para o ato será realizada às 16h, na Praça do Tambor, próxima à Usina do Gasômetro. Bagé, Cachoeirinha, Caxias do Sul, Encruzilhada do Sul, Pelotas, Osório e Santa Maria também tem atos confirmados.
Em BH
Movimentos feministas de Belo Horizonte organizam, para sábado (4), uma manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro. A ação na capital mineira, agendada para as 14h, na Praça da Liberdade, faz parte da jornada nacional “Bolsonaro nunca mais”, convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e pela Campanha Fora Bolsonaro.
Para Bruna Camilo, militante da Marcha Mundial das Mulheres e secretária geral do PT de BH, a manifestação tem o intuito de dar visibilidade às indignações das mulheres e continuar as ações unitárias iniciadas em 2018 com os atos “Ele não”.
“Se não fossem as mulheres organizadas, Bolsonaro poderia ter tido uma vitória no primeiro turno. Nunca podemos nos esquecer da importância das mulheres na política, nos movimentos populares. Está chegando o último ano do governo federal, que teve uma gestão cheia de retrocessos, com mais mulheres mortas, violentadas e empobrecidas. E nosso ato vai ter esse tom de denúncia”, comenta.
A manifestação também pretende se posicionar contra Romeu Zema (Novo), pois, segundo Bruna, há um alinhamento do governo estadual à política do presidente. “Zema é irmão siamês de Bolsonaro. Com a falta de apoio do governo estadual, as mulheres mineiras têm passado por muito sofrimento e muita violência. No sábado também seremos ‘fora Zema’”, afirma.
Apesar das denúncias, a ideia, segundo Bruna, é que o ato seja alegre e colorido, com bandeiras e música. Haverá bateria aberta para mulheres que quiserem tocar seus instrumentos e uma ala destinada às ciclistas.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira