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Para celebrar o Dia do Samba, crianças sambistas falam sobre o amor por esse estilo no Radinho

Estilo, que nasceu da mistura de ritmos de África, foi marginalizado por muitos anos e é hoje Patrimônio da Humanidade

Ouça o áudio:

A primeira vez que um samba gravado foi em 1916. É a música é “Pelo Telefone”, de forma coletiva no terreiro de candomblé da mãe de santo Tia Ciata
A primeira vez que um samba gravado foi em 1916. É a música é “Pelo Telefone”, de forma coletiva no terreiro de candomblé da mãe de santo Tia Ciata - Foto: Mídia Ninja
O samba para mim é legal é divertido e é muito amor

Para celebrar o Dia Nacional do Samba, comemorado amanhã (2), o Radinho BdF vai até a escola de samba Camisa Verde e Branco, em São Paulo, e entra na avenida para conhecer e ouvir crianças sambistas sobre como esse tipo de música é também um estilo de vida, que ultrapassa gerações. Com muita música, que vai de sambas históricos aos mais modernos, as crianças contam como e porque esse ritmo se tornou uma das principais marcas da cultura brasileira.

“Eu vou a alguns sambas com minha mãe e com a minha tia. Tem muitos sambistas na minha família”, conta a Ana Júlia, que tem 7 anos e mora em Carapicuíba (SP). “O samba para mim é legal é divertido e é muito amor.”

O samba nasceu de uma mistura de ritmos africanos, na Bahia, tocados por pessoas escravizadas nos anos 1880. A origem do ritmo está muito ligada aos terreiros de candomblé, já que foi nessas celebrações religiosas que começaram os primeiros sambas de raiz.

A primeira vez que um samba gravado foi em 1916. É a música é “Pelo Telefone”, composta de forma coletiva no terreiro de candomblé da Tia Ciata, uma mãe de santo e cozinheira que abriu as portas da sua casa pro samba, no Rio de Janeiro.

Resistência

Se hoje o samba pode ser cantado, dançado e tocado em todo lugar é graças à resistência dos primeiros sambistas, pessoas negras que viviam em favelas cariocas e que foram perseguidas por fazerem samba. Por muito tempo, este estilo de música era associado com bagunça e com falta de dedicação com o trabalho.

“A importância do samba é a resistência cultural passada por trás do enredo”, diz Cristian Fernando dos Santos, que tem 12 anos e mora em São Paulo. “Minha relação com o samba vem com meus bisavós, que comeram o samba na minha família. O samba me traz conhecimento em muitas outras áreas, como Geografia e História.”

Depois de alguns anos, o samba passou a ser encarado como um símbolo nacional e o estilo foi usado para embalar músicas que cantam o país. Com a popularização, muitos sambistas despontaram com grandes produções, como Noel Rosa, Pinxinguinha, Cartola, Jorge Aragão, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz.

História e brincadeira

Quem disse que precisa de instrumentos para começar uma roda de samba em casa? A educadora Patrícia Camargo, da organização Tempo de Brincar, ensina como utilizar objetos cotidianos, e até o próprio corpo para brincar com música.

Foi o que fez “O Batuquinho”, personagem da história de história do dia, escrita por Leo Mendonza e Rubem Filho e publicada pela editora Alet. Quem conta é a Fafá, contadora de histórias do Canal no Youtube Fafá Conta, que autorizou o Radinho BdF a usar áudio do vídeo no programa.

Vitrolinha BdF

Mais musical que nunca, o Radinho BdF leva para a criançada grandes sucessos do samba, como “Sonho Meu”, de Ivone Lara, “Pelo Telefone”, de autoria coletiva, “Aquarela do Brasil”, na voz de Gal Costa, “As rosas não falam”, de Cartola, “Andanças”, de Beth Carvalho e “Deixa a Vida me Levar”, do Zeca Pagodinho.

Além disso, a criança confere os sons dos principais instrumentos do samba e conhece trechos de samba de raiz e samba de roda do recôncavo baiano, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil e Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).


Toda quarta-feira, uma nova edição do programa estará disponível nas plataformas digitais / Brasil de Fato / Campanha Radinho BdF

Sintonize

O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

Edição: Sarah Fernandes