Dói no bolso

65,1% das correções salariais acordadas em outubro ficaram abaixo da inflação

Em comparação ao mesmo mês do ano passado, os acordos fechados em outubro de 2021 também foram piores para os empregados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Em frente à sede da Globo em São Paulo, jornalistas reafirmam demanda por reajuste de acordo com a inflação para todas as faixas salarias da categoria - Eduardo Viné - SJSP

As negociações salariais do mês de outubro apresentaram o pior resultado para os trabalhadores entre as data-base de 2021 analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em comparação ao mesmo mês do ano passado, os acordos fechados em outubro de 2021 também foram piores para os empregados.

De acordo com dados divulgados hoje (22) pelo Dieese, 65,1% das correções salariais acordadas em outubro ficaram abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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As correções em percentual igual à inflação (INPC) totalizaram 21,1% dos casos. e os resultados com valores acima do índice, 13,8%. Em outubro de 2020, os resultados foram 30,4%, 36,2% e 13,7%, respectivamente.

Considerando as negociações ocorridas desde o início do ano até outubro, o percentual de reajustes abaixo da inflação está em 49,8%. Resultados iguais ao índice inflacionário são observados em 33,4% do total analisado; e acima, em 16,8% dos casos.

No acumulado do ano, o setor de serviços continua apresentando elevado índice de reajustes abaixo da inflação (61,4% do total no setor); a indústria, o maior percentual de resultados acima do INPC (23,5%); e o comércio, o maior percentual de correções em valores iguais ao índice inflacionário (47,9%).

Conforme o Dieese, os preços tiveram aumento médio de 1,16% em outubro e acumulam alta de 11,08% em 12 meses, percentual que equivale ao reajuste necessário para a recomposição salarial das negociações com data-base em novembro.

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* Com informações da Agência Brasil

Edição: Vinícius Segalla