A vereadora Benny Briolly (Psol) do município de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, alega ter sido alvo de ataques transfóbicos na última quarta-feira (17) durante sessão da Câmara Municipal que votou o projeto de lei, de autoria da parlamentar, que estabelece 2% de cotas para pessoas trans em concursos públicos da prefeitura. O PL foi rejeitado pelo plenário da Casa por 13 votos a sete.
A confusão começou quando a vereadora apresentava dados da ONG Transgender Europe (TGEU) mostrando que o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo. Durante a sua fala, Benny foi ofendida por apoiadores do vereador Douglas Gomes (PTC) que alegou que a informação apresentada pela parlamentar era enganosa.
“Durante minha fala , quando apresentava dados sobre a transfobia brasileira, os gritos e xingamentos dos bolsonaristas me interrompiam. Fui chamada de “traveco”, “viadinho” e “piranha”. Foi muito violento!”, conta a vereadora Benny.
Segundo Benny, a criação do PL 2% surgiu da necessidade de reparar a trajetória da comunidade trans que é marcada pelo desemprego e a vulnerabilidade que, consequentemente, levam essas pessoas para o trabalho informal e a marginalização. A autora do projeto de lei Benny Briolly é a vereadora mais votada no município e a primeira vereadora travesti do estado do Rio de Janeiro.
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Em suas redes sociais, o vereador Douglas Gomes celebrou a derrota do PL e alegou que também foi ofendido, sendo chamado de “fascista de merda” pela parlamentar. Ele chegou a dar ordem de prisão a uma apoiadora da vereadora durante a sessão.
Transfobia mata
Os dados apresentados pela parlamentar são verdadeiros. O país segue pelo décimo terceiro ano consecutivo como o lugar mais perigoso para uma pessoa transsexual viver.
Segundo levantamento do projeto Transrespect versus Transphobia Worldwide (TvT) da ONG Transgender Europe (TGEU), divulgado ontem (18), ao menos 125 travestis, homens e mulheres trans foram assassinadas devido a sua identidade de gênero entre outubro de 2020 e setembro de 2021 no Brasil.
::40% dos casos de transfeminicídios no mundo acontecem no Brasil::
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Jaqueline Deister