O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro de 2021. O índice chegou a 1,25% e é o maior desde 2002. A elevação é puxada pela alta constante dos combustíveis e demais oito itens que compõe a pesquisa. Com isso, a inflação acumulada bate em 10,67% e já supera todo o índice inflacionário do ano passado, que ficou em 10,25%.
Quem mais sente essa alta é Curitiba. A capital paranaense registrou inflação de 1,45% em outubro. No acumulado dos últimos 12 meses, Curitiba atinge 12,54%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) atingiu 14,3% na capital, enquanto a média nacional está em 11,8%.
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“Transportes tiveram a maior variação e o maior impacto (0,55 p.p) de longe no índice do mês”, afirma o gerente do IPCA, Pedro Kislanov." A alta da gasolina está relacionada aos reajustes sucessivos que têm sido aplicados no preço do combustível, nas refinarias, pela Petrobras. Além gasolina, houve aumento também nos preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%)”, informa.
O gás de botijão (3,67%) também subiu pelo 17º mês consecutivo em outubro, acumulando alta de 44,77% desde junho de 2020.
Maior inflação do país
Os gráficos de inflação mostram que a capital paranaense tem puxado a inflação para cima. De novembro de 2020 até outubro de 2021, o IPCA em Curitiba esteve acima da média brasileira. Junho foi o mês com a maior distância. Enquanto o IPCA nacional subiu 0,96%, na capital chegou a 1,6%.
Na avaliação do economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Sandro Silva, a inflação na capital do Paraná acima da média nacional se deve a alguns fatores como alimentação, que sobe mais do que o restante do país. “Isso se reflete no valor da cesta básica. Curitiba também tem, no acumulado do ano, a maior alta entre as capitais pesquisadas”, identifica.
Ele também diz que a alta dos combustíveis e as tarifas públicas têm impacto maior em Curitiba do que a média nacional. “A tarifa de água teve pelo menos dois aumentos neste ano, em função da política da Sanepar, que foca a política de lucro e distribuição de dividendos, e a Copel, que reajustou em junho, somando ao aumento das bandeiras”, explica o economista.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lia Bianchini