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Fiocruz alerta para risco em retomada de eventos sociais com a cobertura vacinal abaixo dos 80%

Hoje, apenas 55% da população total do país está imunizada, patamar é considerado distante do ideal

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
25 de março são paulo
Segundo a Fiocruz, o cenário brasileiro ainda é de estabilidade nas taxas de transmissão do vírus Sars-CoV-2 - Nelson Almeida/AFP

O último Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (4), aponta preocupação na retomada de eventos sociais com aglomeração no atual momento da pandemia. 

Na avaliação dos pesquisadores da instituição, para que ocorra uma liberação segura, o patamar de população total vacinada deve ser de 80%. Atualmente, o índice está em 55%.

“A recomendação é de que, enquanto caminhamos para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos sejam mantidas e que a realização de atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação”, ressaltam os pesquisadores, que alertam ainda para o surto de covid-19 que tem ocorrido em países no Leste Europeu e nos Estados Unidos em condições de baixa cobertura vacinal.

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Segundo os especialistas do Observatório, é fundamental que a campanha de vacinação foque em crianças e adolescentes, principalmente no último grupo pela alta circulação social que realizam.

“Vale lembrar que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis. Por isso, é equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível”, afirmam os cientistas.

Covid em números

Segundo a Fiocruz, o cenário brasileiro ainda é de estabilidade nas taxas de transmissão do vírus Sars-CoV-2. Ao longo da Semana Epidemiológica (SE) 43, compreendida entre os dias 24 e 30 de outubro, foram notificados 11.500 casos e 320 óbitos diários, em média.

O boletim ressalta que embora o registro de casos e de óbitos por covid-19 se mantenha em trajetória descendente, a taxa de positividade dos testes de diagnóstico permanece alta, o que pode ser atribuído à exposição ao vírus e à presença de indivíduos fora de casa.

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Quanto à ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), o indicador se mantém em patamares inferiores a 50% na maior parte das Unidades da Federação.

O único estado na zona de alerta intermediário é o Espírito Santo (67%). Com exceção dos estados onde não ocorreu a retirada de leitos destinados à covid-19, registraram-se, entre os dias 25 de outubro e 01 de novembro, aumentos mais expressivos no indicador no Pará (34% para 47%) e no Rio Grande do Norte (41% para 50%).

O estado do Rio de Janeiro teve uma redução de 1614 para 1522 leitos destinados à covid-19. 

Recomendações

Para que as atividades laborais, escolares, sociais, culturais e de lazer sejam retomadas de forma mais segura, os cientistas recomendam a exigência de passaporte vacinal em locais públicos fechados, o uso de máscaras em locais fechados e locais abertos com aglomeração e distanciamento físico e higiene constante das mãos. Segundo os pesquisadores, essas estratégias associadas à vacinação da população, potencializam a redução do risco de  transmissão da covid-19.

Os especialistas também chamam a atenção para a necessidade de adequação de espaços de convívio, no sentido de garantir uma melhor ventilação natural e, quando possível, promover a instalação de filtros nos ambientes.
 

Edição: Jaqueline Deister