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No Outubro Rosa, Programa Bem Viver debate como agrotóxicos aumentam casos de câncer de mama

Pesquisa aponta que manuseio de pesticidas é fator de risco para desenvolvimento de câncer de mama em agricultoras

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Câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre mulheres no Brasil
Câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre mulheres no Brasil - Divulgação/ EBC
Mulheres exposta aos agrotóxicos têm mais chances de desenvolver câncer de mama

No Outubro Rosa, mês de conscientização e prevenção do câncer de mama, a edição de hoje (26) do Programa Bem Viver traz um debate preocupante sobre o tema: como a indústria de agrotóxicos está relacionada com o aumento de casos de câncer de mama, em sua forma mais agressiva, entre trabalhadoras do meio rural brasileiro?

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná aponta que a aplicação ou manuseio de agrotóxicos sem equipamentos de proteção adequados pode ser um fator determinante para o desenvolvimento de câncer de mama em mulheres agricultoras. O estudo foi realizado no Paraná onde o uso de pesticidas é predominantemente manual.

Acompanhando as trabalhadoras rurais durante as atividades do dia a dia, a equipe percebeu que elas se expõem de maneira intensa a agrotóxicos que comprovadamente são prejudiciais a saúde e com potencial cancerígeno.

“Nós publicamos recentemente esse estudo em uma revista internacional especialista em câncer. Reunimos dados mostrando que as mulheres que são exposta pelo menos duas vezes por semana aos agrotóxicos têm mais chaces de desenvolver câncer de mama do tipo mais agressivo”, disse em entrevista a médica e pesquisadora Carolina Panis, que conduziu o estudo. “Na agricultura familiar, em pequenas propriedades, muitas vezes as pessoas dependem disso para comer. É muito difícil criticar porque elas não têm outra alternativa”.

Geografia da fome

Em 1946, o médico, geógrafo, nutrólogo, professor, cientista social e escritor Josué de Castro publicou o livro “Geografia da Fome”, obra reconhecida internacionalmente que trata das origens sociais, políticas e econômicas da fome no Brasil. Durante a vida, Josué de Castro lutou contra a naturalização desse problema e defendeu que a causa da fome não era a falta de recursos, mas a má distribuição deles.

O geógrafo participou ativamente da criação e da consolidação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um organismo internacional de combate à fome. Foi ele que, há oito anos, declarou que o Brasil havia eliminado a fome. Hoje, o crescimento acentuado da insegurança alimentar, ao mesmo tempo que o país bate recordes de produção, sugere que as raízes do livro “Geografia da Fome” estão vivas.

Josué de Castro nasceu em Recife, em 1908. Passou muitos anos estudando em diversas instituições do Brasil e também indo a campo para conhecer a realidade de famílias mais pobres. Ele já havia publicado mais de uma dezena de livros quando ocorreu o golpe militar de 1964. Após o fato ele teve os direitos políticos suspensos e se viu obrigado a se exilar.

Foi a Paris, onde seguiu estudando e chegou a fundar centros de pesquisas. Ele morreu em Paris, em 1973 aos 65 anos. “Geografia da Fome” chegou a ser traduzido para 25 idiomas.

Continente de gelo?

Um estudo inédito feito por diferentes instituições de pesquisa do Brasil, em parceria com a Alemanha, comprovou que há 70 milhões de anos a Antártica já foi uma floresta exuberante. Ela tinha mata verde intensa, temperaturas elevadas, queimadas naturais e dinossauros.

Belchior

Hoje, Antônio Carlos Belchior completaria 75 anos de vida. Ele nasceu em 26 de outubro de 1946, em Sobral no Ceará.

Símbolo da música brasileira, Belchior também é inspiração pela vida que ele levou, marcada por sumiços que espantaram o país. Isso ocorreu aconteceu em 2009 e 2012 e, nas duas vezes, ele passou uma temporada no Uruguai.

Diversas músicas icônicas marcam o trabalho do cantor e compositor. Clássicos como “Apenas um rapaz latino-americano”, “Como nossos pais”, “Hora do almoço” e “Sujeito de sorte” estão imortalizadas no país, mesmo que na voz de outros artistas.

Recentemente “Sujeito de sorte” ganhou uma nova versão, com Emicida, Majur e Pablo Vittar. A música se tornou um hino pra muita gente durante o período de crise política e sanitária vivenciada no país, com o verso “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”.


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Edição: Sarah Fernandes