ARGENTINA

Avós de Praça de Maio comemoram 44 anos de luta na Argentina

Em homenagem à Associação, o Congresso argentino consagrou a data como Dia Nacional do Direito à Identidade

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A presidente da Associação Abuelas de Plaza de Mayo, Estela de Carlotto, aos 91 anos continua firme na luta pela recuperação dos netos desaparecidos.
A presidente da Associação Abuelas de Plaza de Mayo, Estela de Carlotto, aos 91 anos continua firme na luta pela recuperação dos netos desaparecidos. - Divulgação/Clacso

Na última sexta-feira (22), Dia Nacional do Direito à Identidade na Argentina, as Avós da Praça de Maio celebraram 44 anos de luta dedicados a localizar e devolver às famílias legítimas as crianças roubadas durante a última ditadura que o país viveu.

Os argentinos prestaram homenagem a esse grupo de mulheres que tenta resgatar seus netos sequestrados, uma luta que o país historicamente vem acompanhando junto a diversas vozes da política e em defesa dos direitos humanos.

A Secretaria de Direitos Humanos lança hoje uma campanha de apoio à luta dessas avós pela recuperação da identidade dos bebês desaparecidos.
Com o slogan "ArgentinaUnidaTeBusca", a iniciativa pretende dar visibilidade à causa para encontrar os desaparecidos, já adultos.

No dia 22 de outubro de 1977, 12 mulheres se reuniram para procurar os filhos de seus filhos, nascidos em cativeiro e entregues a outras famílias. Hoje, muitas dessas mulheres idosas e apoiadas em bengalas permanecem firmes como no primeiro dia.

"Somos nós, as avós de carne e osso, pessoas comuns que nunca soltamos as mãos umas das outras. São os nossos netos e netas que fomos encontrando ao longo do caminho, e são o punhado de amigos que não nos deixaram sozinhas", afirmou a presidente de Abuelas, Estela de Carlotto, em entrevista à imprensa local.

Carlotto também é homenageada no dia, já que a incansável lutadora completa 91 anos, ainda estando à frente da organização.

O secretário de Direitos Humanos, Horacio Pietragalla, um dos netos recuperados, declarou à imprensa que “a ideia dessa iniciativa é se dirigir a homens e mulheres que têm alguma dúvida [sobre sua identidade] e dizer que é hora de se aproximar e de fazer algo tão simples como acompanhar a procura das Abuelas de Plaza de Mayo”.

As pessoas que ainda procuram têm entre 38 e 46 anos de idade. A campanha criou várias peças de comunicação para apelar às memórias da infância, com bonecos de plástico, filmes da época ou alguns brinquedos que foram populares no passado.

Desde 2004, o Congresso Nacional instituiu o dia 22 de outubro como o Dia Nacional do Direito à Identidade. Nesta data, as Avós iniciaram sua caminhada sem descanso, que ainda continua na esperança de encontrar os netos, num resgate da memória, da justiça e da verdade.