Minha mãe me explicou que as doenças não poderiam me pegar porque estou vacinada
A pandemia do novo coronavírus escancarou a importância das vacinas e seu caráter coletivo, capaz de evita doenças em toda uma comunidade. Ainda assim, os níveis de vacinação entre crianças e adolescentes vem reduzindo no país desde 2015, o que os deixa mais vulneráveis à doenças. De olho em reforçar o direito dos pequenos à vacinação, o Radinho BdF discute a importância dos imunizantes, explicando como eles funcionam e porque é tão essencial seguir o Calendário de Vacinação.
“As vacinas são importantes porque elas protegem o nosso corpo de várias doenças”, diz Pedro Arraes, que tem 11 anos e mora em Ribeirão Pires (SP). “Quando eu tomei vacinação eu achei muito bom, porque eu pude me proteger. Minha mãe me explicou que as doenças não poderiam me pegar porque estou vacinada”, reforçou Yasmin Krizek, de 7 anos, que mora em Ilhabela (SP)
Desde 1977, o Brasil possui um calendário de vacinação, que lista todas as vacinas necessárias em cada etapa da vida. Hoje, o calendário de vacinação brasileiro é um dos mais completos do mundo, com todas as vacinas oferecidas de graça, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ter o calendário de vacinação em dia ajuda a proteger não apenas as crianças, mas também quem convive com elas. Ter um grande número de pessoas imunizadas impede que os vírus e as bactérias circulem e contaminem outras pessoas. Ainda assim, a vacinação vem caindo no país. Só em 2019 sete das nove vacinas indicadas para bebês tiveram os piores índices de cobertura da história.
“Surge cada vez um mais entre as pessoas a ideia que as vacinas fazem mal. Na verdade elas precisam buscar as informações corretas. Eu, por exemplo, gosto de ver vídeos no Youtube e de jogar jogos online, mais sei que nesses espaços as pessoas podem divulgar informações que não são verdadeiras”, pontuou Gabriel de Queiroz, de 10 anos, que mora em Recife (PE).
Campanha Nacional de Multivacinação
A carteirinha de vacinação das crianças está em dia? Se não, esse é um ótimo momento para atualizá-la: até o próximo dia 29 o Ministério da Saúde promove a Campanha Nacional de Multivacinação. Crianças e adolescentes até 15 anos podem se dirigir a pelo menos 45 mil postos de vacinação no país para tomar qualquer um dos 18 agentes imunizantes que compõem o Calendário Nacional de Vacinação para essa faixa etária.
“Toda vez que a gente toma vacina recebemos um pedacinho de uma bactéria ou de vírus que causariam doenças. Esse pedacinho faz com que nosso corpo crie soldadinhos, chamados anticorpos. Quando a gente tem contato com a doença, esses soldadinhos nos protegem e não nos deixam adoecer”, disse a pediatra Lena Peres. “É como usar o cinto de segurança ou a cadeirinha no carro: fazemos isso para, no caso de um acidente, não termos lesões graves.”]
Participação especial: Zé Gotinha
O Radinho BdF recebe um convidado especial para falar sobre as vacinas: o Zé Gotinha, que há gerações é o mascote das campanhas de vacinação no país. Em uma conversa especial ele conta sobre o trabalho dos profissionais de saúde na campanha de erradicação da poliomielite na década de 1980, uma das ações de imunização mais bem sucedidas do mundo.
Entre 1968 e 1989, o país registrou pelo menos 26 mil casos de poliomielite, popularmente conhecida como paralisia infantil. Depois da vacinação em massa, com a ajuda do Zé Gotinha, não houve mais nenhum registro da doença no país.
E a vacina contra o coronavírus?
No Brasil, a vacinação contra a covid-19 está liberada apenas para crianças e adolescentes acima de 12 anos. Até o momento do fechamento desse episódio, eram 10.487.795 pessoas de 12 a 17 anos imunizadas.
Para que crianças de 0 a 11 anos possam receber as duas doses de proteção, é preciso que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove e libere um imunizante seguro para essa faixa etária. Atualmente, técnicos analisam as pesquisas mais recentes sobre o assunto, para que em breve as crianças também entrem no calendário de imunização.
:: Crianças entrevistam médicos e tiram dúvidas sobre a Covid-19 no Radinho BDF ::
Em alguns países, a vacinação de crianças contra a covid-19 já é realidade. Na Argentina e no Chile, por exemplo, crianças acima dos três anos estão recebendo os imunizantes. E além deles, Cuba está prestes a completar a imunização de toda a população.
Viva a ciência!
Se crianças e adultos podem viver protegidos de algumas doenças graves, é graças ao trabalho de cientistas, médicos e enfermeiros. Por isso, a história de hoje presta uma homenagem a todos aqueles que fazem ciência, através da personagem Ada Maria Batista, uma menina pra lá de curiosa, levantava hipóteses, experimentava e perguntava tudo o que podia, como fazem os cientistas.
“Ada Maria, Cientista” foi narrada pela contadora de histórias Lara Chacon. O livro é de Andrea beaty e publicado no Brasil pela editora Intrínseca.
E que tal incentivar a criançada a fazer como a Ada Maria e colocar a mão na massa em experimentos científicos? Quem ensina um simples e muito interessante, que inclusive ajuda a visualizar como as vacinas funcionam no corpo humano, é a educadora Silvana de Oliveira, uma apaixonada por ciências.
E para completar, o episódio é embalado pelo som de Rita Lee, com “Saúde”, Arnaldo Antunes, com “Lavar as Mãos” e Mundo Bita, com “Tomar Vacina”.
Sintonize
O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.
Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.
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Edição: Sarah Fernandes