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Editorial | Golpismo na linha do Equador?

A história recente da América Latina é marcada por grande instabilidade institucional

Curitiba (PR) |
Presidente Guillermo Lasso decretou estado de exceção e nomeou um novo ministro de Defesa para o Equador - Rodrigo Buendia / AFP

A história recente da América Latina é marcada por grande instabilidade institucional. Dentre os acontecimentos mais recentes estão o assassinato do presidente do Haiti, a tentativa de golpe contra o governo de Miguel Díaz-Canel em Cuba e a descoberta de que o ex-presidente neoliberal da Argentina, Macri, participou do golpe na Bolívia, em 2019, enviando armas ao país.

Em 20 dias, o palco passou a ser o Equador. Sob a presidência do direitista Guillermo Lasso, foi decretado estado de sítio a 30 de setembro e, agora, estado de exceção, a 18 de outubro. A razão inscrita no decreto presidencial é a grave comoção interna gerada pelo aumento da taxa de homicídios dolosos.

Ocorre, porém, que o estado de exceção mobiliza as forças armadas equatorianas no intuito de limitar ou suspender os direitos fundamentais da população. Isto se deu no contexto de fortes greves camponesas e urbanas no país, bem como de denúncias de envolvimento do presidente em corrupção, por conta de dinheiro enviado a paraísos fiscais.

Curioso é que, no mesmo dia da decretação, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, se reuniu com Lasso e o navio diplomático da Marinha do Brasil, Cisne Branco, sofreu um acidente em águas equatorianas. Há grandes chances, portanto, de um ensaio golpista na linha do Equador.

Edição: Pedro Carrano