As comissões de Tributação e de Orçamento da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) vão abrigar uma subcomissão interna que vai acompanhar a destinação e o uso dos recursos obtidos com a privatização da Companhia de Águas e Esgotos do estado, a Cedae. A empresa foi leiloada em abril deste ano por R$ 22,6 bilhões, valor 113% acima do esperado.
Leia mais: Movimentos populares temem uso eleitoreiro por Cláudio Castro de recursos da venda da Cedae
Autora de um requerimento solicitando ao governador Cláudio Castro (PL) transparência com os recursos, a deputada Renata Souza (Psol) anunciou nesta terça-feira (19) que vai compor a subcomissão. Ela lembrou que o governador "ignorou" o Requerimento de Informação enviado em agosto para o Poder Executivo do estado.
"São R$ 22 bilhões, dinheiro nunca visto pelo Rio de Janeiro, mesmo na Copa do Mundo e nas Olimpíadas. Agora, através da Subcomissão, iremos fiscalizar com olhos de lince cada movimentação e uso desse recurso", escreveu Renata, nas redes sociais, após a reunião das comissões da Alerj.
Leia também: Em leilão da Cedae, empresas rejeitam bloco que dá menos lucro e requer investimentos
Na última segunda-feira (18), o Brasil de Fato publicou reportagem em que movimentos populares e lideranças do estado, sobretudo da Baixada Fluminense, demonstraram preocupação com os cheques que Castro distribuiu às prefeituras cujas populações são atendidas pela Cedae. Em junho, o governador disse que o recurso era "dinheiro livre" e cada governante gastaria como quisesse.
O estado ficará com boa parte dos recursos e a capital fluminense receberá mais de R$ 5 bilhões. Os valores foram calculados de acordo com o percentual de população atendida pela Cedae. São Gonçalo recebeu R$ 588 milhões dos mais de R$ 904 milhões a que terá direito. Duque de Caxias tem direito a R$ 605 milhões, Nova Iguaçu receberá R$ 538 milhões até o final do período de pagamento.
Edição: Eduardo Miranda