Paraná

Meio ambiente

Estudo mostra Ilha do Mel desfigurada pela subida do mar já em 2030

Aplicativo mostra efeitos da subida do nível do mar em um dos principais destinos turísticos do Paraná

Curitiba (PR) |
No pior cenário, a Ilha do Mel passaria a ser um arquipélago - Foto: Lian Voigt

Queridinha dos paranaenses quando o assunto é praia e conexão com a natureza, a Ilha do Mel será uma das vítimas das mudanças climáticas. Os efeitos da subida do nível do mar em um dos principais destinos turísticos do Paraná podem ser vistos com clareza em um aplicativo do Climate Central, que mostra o impacto do degelo em todo o globo. Testamos o cenário mais otimista e o mais pessimista para os anos de 2030 e de 2120. As notícias não são boas.

Em dez anos, a Ilha do Mel pode já estar desfigurada, como mostram as figuras abaixo. No melhor cenário, a porção maior da ilha, com a reserva natural, irá separar-se definitivamente da inferior. O farol de Nova Brasília também será desconectado e as faixas de areia das praias mais famosas serão engolidas pelo mar. A gruta de Encantadas, e todo o comércio próximo ao píer, naufragarão.


Em vermelho, as áreas que ficarão abaixo do nível do mar / Reprodução Climate Central

No pior cenário, a Ilha do Mel passaria a ser um arquipélago, já em 2030, de quatro a seis porções independentes de terra. Se medidas urgentes de combate ao aquecimento global forem tomadas, os danos até 2120 não escalarão, permanecendo na perda das áreas mais baixas. Se nada for feito, só o miolo da reserva ambiental e o núcleo residencial de Encantadas permanecerão fora d’água.

Variáveis da inundação

Formada por cientistas e jornalistas especializados em meio ambiente, a Climate Central aplicou as previsões atuais de subida do nível do mar a todo o globo. Eles explicam que há mais objetividade nos dados dos EUA, mas que o aplicativo deve servir como alerta para as demais áreas alagáveis, que então poderão aprofundar seus estudos de caso particular para ver como reagirão ao problema.

Para chegar às imagens acima, o aplicativo foi ajustado para usar os parâmetros de consenso do Painel Intergovernamental da Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) – essa decisão exclui variáveis sobre as quais a comunidade científica diverge, mas que afetam a subida do nível do mar. Há outras opções no aplicativo, inclusive modelagens muito mais pessimistas que a selecionada.

Outra variável que optamos por fixar, tanto na previsão otimista, quanto na pessimista, foi excluir da visualização as terras baixas “protegidas” por áreas mais altas no seu entorno. Também eliminamos a opção que permitia ver o alcance das ressacas, inundações e enchentes ocasionais, para exibir só a terra que submergirá com a subida do nível do mar.

As diferenças, portanto, foram em apenas duas variáveis. No jeito que a humanidade lidará com as medidas de desaceleração do aquecimento global. No otimista, as nações aplicariam imediatamente os protocolos, freando os danos aos níveis de hoje. Na pessimista, ninguém faz nada. A outra variável, chamada de “sorte”, aplica 5% (otimista) ou 95% (pessimista) da projeção total da subida do mar. Com sorte, é menor; com azar, maior.

*Conteúdo reproduzido do portal Livre.jor

Edição: Lia Bianchini