As paralisações dos entregadores de aplicativos chegaram ao Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira (15), trabalhadores dos municípios de Niterói e São Gonçalo, na região metropolitana, anunciaram que irão parar as atividades por melhores condições de trabalho.
As principais reivindicações dos entregadores são a taxa mínima de R$ 8 – hoje, o preço médio é de R$ 5,31; o fim dos bloqueios dos aplicativos por causa de clientes que dizem não ter recebido o pedido; a implementação do código de entrega para todos os aplicativos de maneira a confirmar que o pedido foi entregue e o fim das entregas combinadas de duas ou três rotas para somente um entregador.
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Simões, que atua há 20 anos como motoboy entre as cidades do Rio e Niterói, alega que com o preço do combustível atualmente o entregador paga para trabalhar - em Niterói a gasolina comum, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), varia de R$ 6,29 a R$ 6,99 o litro -.
“O principal problema é que hoje a gente paga pra trabalhar, porque temos o custo da moto, da gasolina, temos que estar disponíveis na rua, não temos um vale refeição, nem desconto de tantos por cento se você quiser almoçar no restaurante tal, durante o período em que você está online trabalhando. Os apps só tiram”, contou ao Brasil de Fato.
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O motoboy também pondera que desde quando começou a atuar no ramo das entregas até hoje, a condição de trabalho piorou muito. Para ele, o desemprego aumentou a procura de oportunidades no setor de delivery e, com isso, os postos de trabalho ficaram ainda mais precarizados.
“Antigamente, trabalhar de motoboy era luxo, você fazia a sua rota, ganhava pelo frete, aluguel da moto, tinha o salário, ticket refeição, alimentação, tudo certinho e documentado. Agora entraram essas empresas que cobram horário e tudo, mas você não tem vínculo nenhum com elas. A gente não está cobrando vínculo empregatício, mas faz uma diferença”, comenta.
A manifestação dos entregadores em Niterói está marcada para as 8h na Rua Mem de Sá, 150, no bairro de Icaraí.
Edição: Eduardo Miranda