Dias após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetar um projeto de distribuição de absorventes como política de combate à pobreza menstrual, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta quarta-feira (13) que vai distribuir oito milhões de absorventes para 100 mil estudantes das escolas municipais da capital.
Leia mais: Entrevista: "A pobreza menstrual é um problema de saúde pública"
O programa "Livres para Estudar" é realizado em parceria com a Secretaria municipal de Educação e tem por objetivo combater a pobreza menstrual e evitar a evasão escolar das jovens cariocas. Segundo a Prefeitura, serão destinados R$ 14 milhões para a compra de absorventes.
Segundo a Prefeitura, cerca de 43 mil alunas já deixaram de ir para a escola devido à falta desse item básico de higiene. Evasão escolar, queda de aprendizagem, desigualdade e problemas de saúde são algumas das consequências que a pobreza menstrual intensifica na nossa sociedade.
Leia também: Uma em cada quatro mulheres não tem acesso a absorvente durante o período menstrual, no Brasil
"A gente tem que parar com essa história de menina não estudar porque não tem absorvente. É um processo de desconstrução diário", disse o secretário de Educação do Rio, Renan Ferreirinha (PSB), durante o lançamento do programa.
No último domingo (10), Bolsonaro ameaçou fazer retaliação contra a população caso o Congresso Nacional derrube o veto. "Se o Congresso derrubar o veto do absorvente, eu vou tirar dinheiro da saúde e da educação, tem que tirar de algum lugar”, disse ele. O projeto de lei aprovado no Congresso destina absorventes higiênicos gratuitamente a mulheres em situação de vulnerabilidade.
Edição: Eduardo Miranda