A pandemia fez com que os países no mundo busquem reforçar a sua capacidade nacional
A pandemia escancarou: só aumentando a capacidade nacional de produção de medicamentos, insumos, tecnologia, inovação e serviços da saúde, o SUS e o direito à saúde podem ser sustentáveis no Brasil.
A pandemia escancarou o grau de dependência que ainda temos no nosso país e em outros países do mundo em relação à produção de medicamentos, de vacinas, de insumos, de tecnologia na área da saúde.
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Revelou que quando um país é totalmente dependente à isso, pode estar ameaçado em situações de pandemia, enquanto à sua soberania, a sua sobrevivência econômica e social e também o direito à saúde estará permanentemente ameaçado.
A pandemia fez com que os países no mundo busquem reforçar a sua capacidade nacional. O Brasil tem que estar atento a isso e assumir um conjunto de medidas para ampliá-la, contribuindo inclusive para a geração de renda, de emprego, superação da crise econômica e aumento da riqueza, com desenvolvimento, no nosso país.
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Ao mesmo tempo a pandemia mostrou que as apostas feitas nos governos Lula e Dilma dos desenhos das chamadas parcerias de desenvolvimento produtivo, onde usávamos a capacidade de compra do SUS, a decisão de incorporação de uma vacina no SUS, por exemplo, com o poder de compra para trazer a tecnologia de uma indústria internacional para um laboratório público foi eficaz em aumentarmos a nossa capacidade nacional de produção.
Essas plataformas vacinais na Fiocruz e no Butantã, feitas nos governos Lula e Dilma, permitiram que essas duas instituições pudessem produzir vacinas para a covid-19 neste momento.
A pandemia também mostrou que essa estratégia está correta.
Tudo isso fez parte dos debates da Comissão do Congresso Nacional, da qual eu fui relator, que discute o complexo econômico e industrial da saúde.
Nesta quarta-feira, dia 13 de outubro, teremos mais um debate sobre isso, discutindo o relatório já apresentado e quais medidas devem ser tomadas pelo governo federal, pelo Congresso, pelo Tribunal de Contas da União, junto com a minha parceira, a deputada Jandira Feghali, presidente da Comissão e pesquisadores, entre eles, dois pesquisadores da Fiocruz, os professores Jorge Bermudez e Carlos Gadelha, que possuem larga experiência em pesquisa neste debate.
Acompanhe a nossa live nas redes do Brasil de Fato e venha compreender mais este tema e participar dessa mudança necessária no Brasil.
*Alexandre Padilha é médico, professor universitário e deputado federal eleito pelo PT-SP. Foi Ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dilma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad. Leia outros textos.
**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Vivian Virissimo