destino de gerações

Opinião | A eleição de 2022 será a eleição de nossas vidas

As forças populares se defrontarão com as elites trogloditas e carcomidas, corruptas e concentradoras de riquezas

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Nesta eleição teremos um país destroçado pelo desemprego, pela fome, pela inflação, pelo baixo crescimento econômico, com as desigualdades se ampliando - Foto: Jorge Leão

Duzentos anos depois da dita Proclamação da Independência, mais proclamação que independência, teremos em 2022, eleições gerais no Brasil.

E não será qualquer eleição, até porque, estamos cada vez mais longe de um Brasil Soberano e Independente.

Será também a eleição pós-pandemia, pós-golpe institucional e pós estranha eleição de 2018.

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Nesta eleição teremos um país destroçado pelo desemprego, pela fome, pela inflação, pelo baixo crescimento econômico, com as desigualdades se ampliando, com amplos setores da economia privatizados, com a agenda neoliberal em pleno andamento e uma grande parte da população cooptada pelas ideias e práticas fascistas.

Será uma eleição definidora de rumos estratégicos em nosso país. Não vamos simplesmente votar em candidatos, mas em projetos de futuro.

Vamos aprofundar o neoliberalismo ou retomar os rumos de uma economia para superar as desigualdades. Vamos aprofundar o autoritarismo ou retomar o rumo da construção democrática e da participação popular. Vamos ampliar a manipulação ou construir cidadania ativa.

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MST realizou uma ação de escracho contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, na quinta-feira (7), na entrada do Ministério, em Brasília / Matheus Alves / Divulgação MST

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Vamos produzir alimentos de qualidade e saciar a fome do nosso povo ou continuar produzindo só soja para tratar animais em outros países. Vamos cuidar do meio ambiente ou destruir o que resta de nossos biomas para beneficiar meia dúzia de exploradores e aventureiros.

Vamos aprofundar a submissão e a dependência ao capitalismo internacional ou retomar o caminho da construção da Soberania Nacional. Vamos continuar entregando nossas riquezas a meia dúzia de empresas internacionais ou retomar o uso dos bens comuns da Nação - água, energia, florestas, solos, minérios, biodiversidade, microrganismos - para alicerçar um projeto de vida digna para o nosso povo.

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Existem raros momentos na história em que a tática e a estratégia se fundem. É quando os objetivos imediatos e os objetivos nacionais de médio e longo prazo se decidem em um mesmo momento histórico.

Assim será a eleição de 2022. As forças populares da nação se defrontarão com as elites trogloditas e carcomidas, corruptas e concentradoras de riquezas, anti-povo e anti-nação, sem projeto nacional, de costas para as maiorias do povo, num momento decisivo para definição de rumos futuros.

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Não será uma simples eleição. Será a decisão sobre os destinos de gerações inteiras.

 

*Frei franciscano, militante do MPA, autor de “O Plano Camponês”.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Ayrton Centeno