Duzentos anos depois da dita Proclamação da Independência, mais proclamação que independência, teremos em 2022, eleições gerais no Brasil.
E não será qualquer eleição, até porque, estamos cada vez mais longe de um Brasil Soberano e Independente.
Será também a eleição pós-pandemia, pós-golpe institucional e pós estranha eleição de 2018.
:: Bolsonarismo tem raízes em um Brasil construído à margem do Estado, afirmam pesquisadores ::
Nesta eleição teremos um país destroçado pelo desemprego, pela fome, pela inflação, pelo baixo crescimento econômico, com as desigualdades se ampliando, com amplos setores da economia privatizados, com a agenda neoliberal em pleno andamento e uma grande parte da população cooptada pelas ideias e práticas fascistas.
Será uma eleição definidora de rumos estratégicos em nosso país. Não vamos simplesmente votar em candidatos, mas em projetos de futuro.
Vamos aprofundar o neoliberalismo ou retomar os rumos de uma economia para superar as desigualdades. Vamos aprofundar o autoritarismo ou retomar o rumo da construção democrática e da participação popular. Vamos ampliar a manipulação ou construir cidadania ativa.
:: Especial | Fome no Brasil: a luta de famílias brasileiras para garantir comida na mesa ::
:: Novo Nobel de Economia mostrou que aumentar salário mínimo não significa aumento do desemprego ::
Vamos produzir alimentos de qualidade e saciar a fome do nosso povo ou continuar produzindo só soja para tratar animais em outros países. Vamos cuidar do meio ambiente ou destruir o que resta de nossos biomas para beneficiar meia dúzia de exploradores e aventureiros.
Vamos aprofundar a submissão e a dependência ao capitalismo internacional ou retomar o caminho da construção da Soberania Nacional. Vamos continuar entregando nossas riquezas a meia dúzia de empresas internacionais ou retomar o uso dos bens comuns da Nação - água, energia, florestas, solos, minérios, biodiversidade, microrganismos - para alicerçar um projeto de vida digna para o nosso povo.
:: Por que agricultores e pesquisadores defendem que agroecologia pode sanar a fome no Brasil ::
Existem raros momentos na história em que a tática e a estratégia se fundem. É quando os objetivos imediatos e os objetivos nacionais de médio e longo prazo se decidem em um mesmo momento histórico.
Assim será a eleição de 2022. As forças populares da nação se defrontarão com as elites trogloditas e carcomidas, corruptas e concentradoras de riquezas, anti-povo e anti-nação, sem projeto nacional, de costas para as maiorias do povo, num momento decisivo para definição de rumos futuros.
:: Análise | Guedes ganhou 200 salários-mínimos em um só dia ::
Não será uma simples eleição. Será a decisão sobre os destinos de gerações inteiras.
*Frei franciscano, militante do MPA, autor de “O Plano Camponês”.
**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Ayrton Centeno