Rio de Janeiro

2 de outubro

No Rio, ato é considerado o mais amplo dos últimos meses ao reunir diversas forças políticas

As faixas do protesto criticavam Bolsonaro pela condução do combate à pandemia e a alta de preços do gás de cozinha

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
No Rio, após a concentração das pessoas aconteceu na Candelária, o protesto seguiu para a Cinelândia, na região central da cidade - Stefano Figalo/ Brasil de Fato

Na manhã deste sábado (2), o protesto no Rio de Janeiro por “fora, Bolsonaro” reuniu o espectro mais amplo de partidos políticos, sindicatos e movimentos sociais das manifestações organizadas nos últimos meses. Também foi um dos maiores atos recentes sediados na capital fluminense em número de pessoas: a estimativa é de que 70 mil manifestantes tenham comparecido às ruas da região central da cidade.

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No protesto, as faixas carregadas pelas pessoas faziam críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), principalmente direcionadas à condução do combate à pandemia e à alta de preços do gás de cozinha e dos combustíveis. Também pediam pelo impeachment do atual presidente da República. 


Na Cinelândia, figuras públicas, parlamentares e lideranças de movimentos sociais discursaram / Stefano Figalo/ Brasil de Fato

A concentração das pessoas aconteceu na Candelária, a partir das 10h, e depois o protesto seguiu pelas ruas da Avenida Presidente Vargas até a Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia, na região central da cidade. 

No palanque montado na Cinelândia, João Paulo Rodrigues, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), fez um discurso em que reforçou a multiplicidade da composição do protesto na capital fluminense e no Brasil. 

“Esse ato é mais simbólico porque é um dos atos mais amplos que construímos nessa reta final por ‘fora, Bolsonaro’. Daqui a pouco muitos de nós vamos para São Paulo para levar mais de 150 mil pessoas para a Avenida Paulista para dizer em alto e bom som que o povo brasileiro não aguenta mais o genocídio e a falta de respeito”, disse. 

Assim como a liderança do MST, muitos dos que estiveram presentes no protesto desta manhã no Rio vão comparecer também no protesto que acontece na parte da tarde em São Paulo, como o político Ciro Gomes (PDT) e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB). Para o parlamentar, as manifestações deste sábado mostram que as pessoas não querem esperar até as eleições do ano que vem para derrotar Bolsonaro.  

“É muito importante a rua estar lotada, Brasil inteiro nas ruas, daqui a pouco estamos em São Paulo. Vamos derrotar Bolsonaro para defender o emprego, a renda e a vida. O Brasil voltou a ter fome nesse governo, mas o país é muito maior que o Bolsonaro. Está muito bonito, todos os movimentos sociais e partidos políticos de esquerda estão nas ruas. É hora de defender a democracia”, afirmou ao Brasil de Fato.


A estimativa é de que 70 mil manifestantes tenham comparecido às ruas da região central da cidade / Stefano Figalo/ Brasil de Fato

Thiago Santana, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) carioca, também falou sobre a confluência de forças políticas nesta manifestação. “Estamos nas ruas mais uma vez em uma evolução de todo esse movimento que temos feito em favor da democracia e pelo ‘fora, Bolsonaro’. A gente que começou no campo exclusivamente da esquerda, hoje percebe o avanço dessa construção até com setores da direita. Nós hoje, do campo democrático, junto com o povo, estamos dando uma demonstração maior da nossa força”, disse.

No palanque, a deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB) puxou aplausos aos manifestantes por manterem os cuidados contra covid-19 no protesto mesmo estando lotado.

“É bom que a imprensa mostre todo mundo de máscara, é bom que mostre que essa aqui é uma manifestação que defende a vida. Também é uma emoção estar em frente a placa em nome de Marielle Franco. Quero cumprimentar todas as mulheres que se colocam nas ruas em defesa do Brasil”, discursou.


No protesto, as faixas carregadas pelas pessoas faziam críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) / Stefano Figalo/ Brasil de Fato

Bruna da Silva, integrante do Coletivo Mães da Maré, formado por mulheres que perderam os filhos vitimados pela violência do Estado, foi uma das muitas que receberam os cumprimentos da parlamentar na manifestação.

“Enquanto moradora do Rio de Janeiro eu vim aqui para mostrar esse Brasil de fato, como ele está. A gente está aqui para dar um basta nesse genocida e gritar todos juntos por 'fora, Bolsonaro'. A gente não aceita um presidente que não toma vacina e não respeita os protocolos de vacinação. Não respeita os brasileiros. Um presidente desgovernado. Fora essa corja toda que está no poder”, concluiu.

Edição: Mariana Pitasse