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Diversos setores da sociedade resistem e lutam em 2021 contra as políticas de Bolsonaro

Curitiba (PR) |
Diversos setores da sociedade resistem e lutam em 2021 contra as políticas de Bolsonaro. Confira - Giorgia Prates

A edição 231 do Brasil de Fato Paraná, lançada nesta quinta, é um especial sobre o impacto do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) no Brasil. Dentre tantas violências e ataques a direitos, destacamos também os movimentos de resistência ao governo. A edição completa pode ser lida de forma virtual. A edição impressa circula pelas ruas de Curitiba.

Confira alguns abaixo:

Movimento indígena

Desconsiderando o direito histórico de acesso às terras dos povos indígenas e originários, em 2021 os setores ruralistas e o governo Bolsonaro tentaram aprovar o chamado Marco Temporal, que reconhece apenas as demarcações a partir de 1988. A tese não foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os povos indígenas ocuparam Brasília na mesma semana que Bolsonaro convocou manifestações golpistas, no 7 de setembro. Mesmo sob ameaças, realizaram a II Marcha Nacional das Mulheres Indígenas. A resistência indígena acontece da Amazônia ao Paraná, onde as famílias dos povos Kaingang e Guarani Nhandewa, acampadas na Floresta Estadual de Piraquara (PR), conquistaram autorização do Estado para permanecer no local.

Lutas LGBTQIA+

O Brasil é um dos países que mais discrimina e mata pessoas LGBTs no mundo, resultado de um governo que tem o preconceito como pauta. Segundo Levantamento do grupo Acontece Arte e Política LGBTIA+ e Grupo Gay da Bahia, em 2020 houve o registro de 237 mortes violentas de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. No Paraná, este ano foi marcado pelo assassinato do educador, jovem, camponês, gay, Lindolfo Kosmaski, que teve o corpo carbonizado. O que gerou repercussão e atos públicos em todo o estado.

Movimento Negro

Em Curitiba e pelo país, a luta do movimento negro se deu em vários espaços. No parlamento, nas ruas, nos bairros, questionando o impacto da atual crise e a ausência de políticas para a população negra, uma vez que o que se vê é a violência do Estado e da polícia contra essa população. Diante disso, ocorreram vários atos no Paraná. No 2 de setembro, uma gama ampla de entidades entregou para a Prefeitura de Curitiba documento posicionando-se contra o racismo presente nas práticas da Guarda Municipal – a partir dos casos de prisão e violência contra o vereador Renato Freitas (PT). Atos reivindicando políticas públicas foram feitos pela Coalizão Negra por Direitos. E, ainda, o projeto de Cotas étnico-raciais para o serviço público em Curitiba, proposto pela vereadora Carol Dartora (PT) foi tema de enfrentamento na Câmara de Curitiba.

Lutas feministas

Ao lado das lutas do 8 de março e do Julho das Pretas, mulheres resistem no dia a dia contra as políticas do governo Bolsonaro. O governo Bolsonaro deixou de usar um terço do orçamento autorizado para políticas voltadas para mulheres, tanto na área de combate à violência, quanto em políticas de saúde, de acordo com o site Azmina.com.br.

Pelo direito à moradia

A crise empurra as pessoas a deixar o aluguel e buscar áreas de ocupação. Entre 2020 e 2021, várias novas ocupações surgiram em Curitiba. Caso das áreas Nova Guaporé 2, Jardim Veneza, Nova Esperança e Vila União. Apesar da tentativa de Bolsonaro vetar a orientação de não haver despejo na pandemia, os tribunais do Paraná e a Defensoria Pública do Paraná reforçaram, em cada área citada, a orientação de não deixar as pessoas sem alternativa de moradia.

Lutas operárias e a resistência na Repar

No Brasil, 28% das greves no primeiro semestre no Brasil se deveram às condições sanitárias com a Covid-19. Os trabalhadores da refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar – parte do sistema Petrobras) decidiram entrar em greve devido à recusa da suspensão da parada de manutenção da unidade, procedimento que envolve mais dois mil empregados, causando riscos de morte que se confirmaram.

Edição: Pedro Carrano